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“Não vamos tirar qualquer direito adquirido”, dizem deputados, senadores & cia. Ninguém acredita. A razão: em frases negativas, o pronome qualquer não tem vez. O lugar é de nenhum. Assim: Não disse nenhuma palavra ao chegar. Não tem nenhuma ideia das consequências do aumento de impostos. Não há nenhum risco de reprovação. Não vamos tirar nenhum direito adquirido.
Dez reais é suficiente? Dez reais são suficientes? Vejo as duas concordâncias. Mas sei que apenas uma é correta. Não sei qual. Pode me ajudar? (Salomão Gonzaga) As locuções é muito, é pouco, é mais de, é menos de, é suficiente, acompanhadas de especificação de quantidade, medida, preço, peso, tempo e valor são invariáveis. No singular ou plural, é tudo igual: Dez reais é suficiente. […]
Mascote é palavra feminina — sempre: Você sabe qual é a mascote das Olimpíadas do Rio? O tatu-bola foi a mascote da Copa do Brasil.
A gripe chegou antes do tempo. E veio furiosa. A vacina será antecipada? Ninguém tem certeza. Pelo sim, pelo não, vale a dica. Ao falar nela, a preposição faz a diferença. Tome vacina contra a gripe. O contra combate o vírus que causa estragos. Dizer “vacina para a gripe”? Nãoooooooooo! O para o torna fortão.
A caminhada do impeachment trouxe à tona velha questão que poucos engolem. Desde que Dilma Rousseff ganhou assento no Planalto e pouso no Alvorada, o gênero mereceu páginas de explicações, sem-número de entrevistas e montões de palpites. Nunca antes na história deste país, uma mulher havia chegado lá. Daí a dúvida. Ela é presidente ou presidenta? Ninguém melhor pra responder que o dicionário. O pai […]
“O governo precisa investir nisso para atrai-lo”, escrevemos na pág. 21. Cadê o acento? Sem o agudo, o ai forma ditongo. Melhor apostar no hiato. Assim: O governo precisa investir nisso para atraí-lo.
“Demagogia é a capacidade de vestir as ideias menores com palavras maiores.”
Em português, qualquer classe de palavra pode se bandear para o time dos substantivos. Basta antecedê-la de artigo, pronome ou numeral. Vale o exemplo de vestir. Assim, solto, o dissílabo é verbo (eu visto, ele veste, nós vestimos, eles vestem). Mas, nestas frases, ele entra na equipe dos nomes: O vestir da Maria é pra lá de charmoso. Esse vestir me agrada muito. A estilista […]
Hoje é 1 de abril ou 1º de abril? O primeirão — só ele — é privilegiado. Escreve-se com numeral ordinal: 1º de abril, 15 de maio, 7 de setembro.
“Impeachment sem crime de responsabilidade é o que?”, escrevemos na pág. 2. Cadê o acento? O pronome que, quando está no fim da frase, no fim mesmo, encostadinho no ponto, torna-se tônico. Pede chapéu. Melhor: Impeachment sem crime de responsabilidade é o quê?