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Harmonize a linguagem do corpo com as palavras. Ao falar, a gente se comunica por inteiro. A expressão do rosto, os gestos, o olhar, a respiração, a voz, a maneira de vestir-se, tudo conta. Segundo pesquisa da Universidade de Stanford, o corpo responde por 45% da mensagem; o tom da voz, 20%; as palavras, 30%.
Siga o exemplo de Franklin Delano Roosevelt. Um assessor queria fazer bonito. Apresentou-lhe esta frase num discurso: “Esforçar-nos-emos para criar uma sociedade mais inclusiva”. O presidente americano leu-a em voz alta. Achou-a pretensiosa e oca. Substituiu-a por: “Vamos construir um país em que ninguém fique de fora”.
Diga o que é, nunca o que não é. Em vez de dizer que “ele não é honesto”, diga que “ele é desonesto”. Em vez de “ele não assiste regularmente às aulas”, prefira “ele falta com frequência às aulas”. Em vez de “ele não passou no teste”, escreva “ele foi reprovado no teste”.
Siga a dica de George Simenon: “Corto adjetivos, advérbios e todo tipo de palavra que está lá só para fazer efeito”. Eis um exemplo: (Geralmente) procuro fazer meu (inadiável) trabalho com o auxílio de (dedicados) funcionários da repartição.
Os vocábulos longos e pomposos criam uma barreira entre leitor e autor. Xô! Em vez de unicamente, use só. Em lugar de falecer, morrer. Substitua féretro por caixão, obviamente por é claro, morosidade por lentidão. E siga o exemplo de Carlos Lacerda: “Mãe é mãe. Genitora é a tua. Progenitora é a vó”.
Escreva todos os dias uma página. Pode ser sobre qualquer assunto: a receita do bolo, o comentário da novela, o sonho da noite, a conversa com o amigo, o artigo lido, o encontro inesperado, a rotina do dia a dia. Depois, jogue no lixo. Em um mês, a cabeça e as mãos estarão desinibidas. O medo? Fará companhia aos papéis descartados. Já vai tarde.
Planeje o texto. Siga o conselho do uruguaio Horacio Quiroga: “Não comece a escrever sem saber aonde ir. Em um bom texto, as três primeiras linhas têm quase a mesma importância que as três últimas.” Em Alice no país das maravilhas, o Coelho Branco, quando lhe perguntaram por onde começar o texto, respondeu: “Comece pelo começo e vá até o fim. Então, pare”.
No WhatsApp, só encaminhe vídeos, fotos e mensagens que interessem à pessoa. Entupir o celular do outro de inutilidades tem preço — a irrelevância. A pessoa deixa o post pra lá. Valem dois lembretes. Um: as duas regras de ouro do estilo contemporâneo — menor é melhor, menos é mais. O outro: o maior luxo da atualidade é o tempo.