Hífen: pré

O pré tem manhas no emprego. Ora se usa com hífen, ora sem: pré-escola, pré-vestibular, pré-estreia, mas preanunciação, preaquecer, precondição, predefinido, predelineado, predeterminado, predisposto, preestabelecido, preexistente, prefigurado, prefixado. As causas do emprego de um e outro não são claras. Por isso, na dúvida, consulte o dicionário.

Hífen: sem

Quando formam substantivos ou adjetivos, as três letrinhas (sem) gozam da inseparável companhia do hífen: sem-teto, sem-terra, sem-justiça, sem-Deus, sem-limite, sem-celular, sem-banco. Fora isso, grafam-se como as demais preposições do universo de Camões, Pessoa ou Machado: Saiu sem pedir licença. Sem dinheiro, nada de compras. O crime se classifica em culposo ou doloso. O doloso é o cometido sem intenção de matar. Olho vivo. Sem […]

Hífen: não

O acordo ortográfico cassou o hífen diante do não. Adeus, indesejado das gentes e das palavras. Doravante, sem elo, é um lá e outro cá. Assim: não agressão, não alinhamento, não conformismo, não fumante, não intervenção, não participação, não alinhado, não beligerante, não combatente, não conformista, não engajado, não intervencionista, não ferroso, não verbal, não viciado.  

Neo: hífen

O neo– está em cartaz. Neomodernismo, neocapitalismo, neoliberalismo e por aí vai. Com hífen ou sem hífen? Depois da reforma ortográfica, neo– só aceita hífen antes de h e o. Com as demais letras, vem tudo colado como unha e carne: neo-humanismo, neo-hebraico, neo-ortodoxo, neo-orleanês, neoescola, neorrealismo, neossocialismo.

Anti: hífen

Depois da reforma ortográfica, o anti- só suporta o hífen antes de h e i. No mais, é tudo colado: anti-humano, anti-histórico, anti-idade, anti-imperialismo, antirregulamento, antissinais, antitempo. Atenção, navegantes. Se o prefixozinho for seguido de nome próprio, cessa tudo o que a musa antiga canta. A intransigência põe o rabinho entre as pernas. Só dá hífen: anti-Temer, anti-Bolsonaro, anti-Trump.