rascunho

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Ler e ler “Os homens não sabem ler. Aplicam a um poema o mesmo processo que aplicam a anúncios de jornal ou a notícias de propaganda política: contentam-se com o sentido superficial das palavras, sem explorar a intenção de quem fala. Confundem duas coisas que estão juntas em cada palavra falada ou escrita: a expressão e a intenção.” (Otto Maria Carpeaux) Leitor pergunta Sei que a coluna já tratou do assunto. Mas a dúvida assaltou meus filhos. Tentei bancar o professor. Não deu. Pode repetir a história do porquê dos porquês? Camélia Araújo, Araxá Leitor manda. Não pede. A dúvida da moçada é de jornalistas, advogados & cia. Não há quem não hesite na hora de escrever uma forma ou outra. Muitos chutam. Mas, como a língua não é loteria, a Lei de Murphy entra em vigor. O que pode dar errado dá. Melhor não correr riscos. Eis as manhas da caprichosa criatura. Use: Por que 1. nas perguntas: Por que os professores estimulam a leitura? Por que a evasão escolar é alta no Brasil? 2. nos enunciados em que é substituível por “a razão pela qual”: É bom saber por que (a razão pela qual) os professores estimulam a leitura. Explique por que (a razão pela qual) a evasão escolar é alta no Brasil. Por quê A dupla com chapéu só tem vez quando o quezinho for a última — a última mesmo — palavra da frase. Por quê? Ele é átono. No fim do enunciado, torna-se tônico. O acento lhe dá a força: Os professores estimulam a leitura por quê? A evasão escolar continua alta, mas poucos sabem por quê. Que tal descobrir por quê? Porque Com essa cara, juntinho, sem lenço nem documento, porque é conjunção causal ou explicativa: Os professores estimulam a leitura porque bons textos enriquecem o vocabulário. A evasão escolar é alta porque muitas crianças trabalham em vez de ir à aula. Porquê Assim, coladinho e com chapéu, o porquê torna-se substantivo. Para mudar de classe, precisa da companhia do artigo ou de pronome: Explicou o porquê da evasão escolar. Certos porquês quebram a cabeça da gente. Esse porquê se inspira em outro porquê. Resumo da ópera: não há por que temer os porquês. Quem entendeu a lição sabe por quê. .