Cessão, seção e sessão jogam no time dos homófonos. As palavras têm a mesma pronúncia, mas grafia e sentido diferentes. É o caso de senso (juízo) e censo (recenseamento), cela (quartinho) e sela (arreio de cavalo), acento (icto da voz) e assento (banco), ascender (subir) e acender (atear fogo), cerrar (fechar) e serrar (cortar com serra), cheque (ordem de pagamento) e xeque (lance de xadrez), conserto (remendo) e concerto (harmonia), coser (costurar) e cozer (cozinhar). Mais? Pois não: acerto (ato de acertar) e asserto (afirmação), caçar (perseguir) e cassar (privar de direitos), cesta (caixa de vime) e sexta (6ª), concelho (reunião) e conselho (opinião), incipiente (principiante) e insipiente (ignorante), laço (laçada) e lasso (frouxo), paço (palácio) e passo (ato de andar), tenção (propósito) e tensão (expansão), vês (verbo ver) e vez (ocasião). Ufa! Voltemos ao trio inicial, causador de desentendimentos, dores de cabeça e não poucos vexames: Cessão é o substantivo derivado de ceder. Ambos, veja, começam pela mesma letra. O cartório registra a cessão dos bens. Conseguir a cessão de direitos é assunto complicado. O caso acabou na Justiça. Trata-se de cessão de propriedades encaminhada de forma pouco honesta. Seção é a parte de um todo. Quer dizer divisão. No supermercado, há a seção de frutas, a seção de material de limpeza, a seção de laticínios, a seção de bebidas. Na farmácia, a seção de remédios e a seção de cosméticos. Na loja, a seção de roupas infantis, a seção de roupas femininas, a seção de roupas masculinas. Sessão é o todo. Dá nome ao tempo que dura uma reunião, um espetáculo ou um trabalho: sessão de cinema, sessão do Congresso, sessão de terapia, sessão da tarde, sessão comédia, sessão de pancadas. Dica: o todo é maior que a parte. Por isso sessão tem seis letras. Seção, cinco.