Pra quê?

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O Jornal das 10, da GloboNews, falava da exposição de relógios no Centro Cultural Banco do Brasil, do Rio. Sobraram elogios e imagens tentadoras. No fim da reportagem, o apresentador provocou: “A mostra é convite para se apreciar obras raras”. Telespectadores se olharam. Depois, formularam a pergunta que sufocava: “Pra que o pronome se?”
 
Ele sobra. O monossílabo não tem vez com o infinitivo: Para obter sucesso (não: para se obter sucesso), para morar bem (não: para se morar bem), para ler e escrever melhor (não: para se ler e escrever melhor). A regra vale para a frase em questão: A mostra é convite para apreciar obras raras.
 

O se nunca tem vez com verbos no infinitivo? Tem. Só com verbos pronominais: Para se aposentar aos 65 anos, o trabalhador precisa começar cedo no batente. Ela tem de estudar muito para se formar no fim do ano. A melhor forma de se manter no poder é cumprir as promessas.