Há palavras e palavras. Algumas informam. Outras emocionam. Há as que mobilizam para a ação. Todas têm hora e vez. Cuidado especial merecem as que ofendem ou reforçam preconceitos. Grupos organizados — movimento negro, movimento gay, movimento feminista — estão atentos aos vocábulos politicamente incorretos. Recomenda-se cuidado para não ofender o leitor. Mas sem exagero.
Costureira é costureira, não estilista de moda (outra especialidade). Manicure é manicure, não estilista de unhas. Dona de casa é dona de casa, não do lar ou especialista em prendas domésticas. Cego é cego, mudo é mudo, surdo é surdo, surdo-mudo é surdo-mudo. Dizer deficiente visual ou deficiente auditivo não tem a precisão necessária. Muitos de nós usam óculos. Somos deficientes visuais, mas não somos cegos.
Hoje bobeamos na pág. 24. Preocupados com o politicamente correto, falamos em “portadores de deficiência intelectual”. Vamos combinar? Ninguém é portador de enfermidade ou deficiência. Eles são deficientes intelectuais. Ou pessoas com deficiência intelectual