Ambos os elementos vão para o plural se os dois forem variáveis: cirurgiões-dentistas, tenentes-coronéis, águas-fortes, barrigas-verdes, cartões-postais, altos-relevos, más-línguas, baixos-relevos, redatores-chefes, segundas-feiras, primeiros-ministros, pesos-penas, meios-termos, os surdos-mudos.
Se, havendo dois substantivos, o segundo der ideia de finalidade, semelhança ou limitar o primeiro, impera a dose dupla – flexiona-se o primeiro ou os dois. É acertar ou acertar: vale-transporte (vales-transporte, vales-transportes), vale-refeição (vales-refeição, vales-refeições), pombos-correio (pombos-correio, pombos-correios), salário-família (salários-família, salários-famílias), caneta-tinteiro (canetas-tinteiro, canetas-tinteiros), café-concerto (cafés-concerto, cafés-concertos), papel-moeda (papéis-moeda, papéis-moedas), peixe-espada (peixes-espada, peixes-espadas), carro-bomba (carros-bomba, carros-bombas), postos-chave (postos-chave, postos-chaves), elemento-surpresa (elementos-surpresa, elementos-surpresas), país-símbolo (países-símbolo, países-símbolos), decreto-lei (decretos-lei, decretos-leis), homem-rã (homens-rã, homens-rãs.
Olho vivo
Na nossa linguinha de todos os dias, qualquer palavra pode virar substantivo. Vestir, por exemplo, é verbo (eu visto, ele veste). Mas, se antecedido de artigo, pronome ou numeral, vira substantivo (o vestir, aquele vestir, dois vestires).
Na substantivação do adjetivo composto, observa-se a regra do adjetivo composto – só o segundo se flexiona: os ibero-americanos, os nipo-brasileiros, os social-democratas, os liberal-socialistas, os maníaco-depressivos.