Paralelismo 2: termos da oração

Publicado em português

Paralelismo não se observa só em enumerações. Ele pede passagem também em termos da oração. Se, por exemplo, um verbo pede dois objetos diretos, eles devem ter a mesma construção sintática. Misturar estruturas é pisar o paralelismo. Assim: Ele negou interesse no projeto e que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas.

Ele negou dois fatos:

a) interesse no projeto e

b) que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas.

Os dois fatos, por serem objetos diretos do mesmo verbo (negou), deveriam ter a mesma estrutura: ou os dois nominais ou os dois verbais:

Ele negou interesse no projeto e a relação do telefonema do deputado com as propostas nele apresentadas.

Ou:

Ele negou que tivesse interesse no projeto e que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas.

Cuidado com o e que. Só se pode empregá-lo quando houver o primeiro quê, claro ou subentendido. Na falta dele, o paralelismo chora de dor:

As pesquisas revelam grande número de indecisos e que pode haver segundo turno no Distrito Federal (corrigindo: as pesquisas revelam grande número de indecisos e a possibilidade de segundo turno no Distrito Federal).

Os trabalhadores precisam assegurar o poder de compra dos salários e que seja mantida a garantia de emprego (corrigindo: os trabalhadores precisam garantir o poder de compra dos salários e manter a garantia do emprego).