A língua homenageia guerreiras pra lá de feministas. Armadas de arco e flecha, elas enfrentavam os inimigos montadas em cavalos. Os outros povos as chamavam de amazonas. Sabe por quê? Em grego, mazos quer dizer seio. A significa não. Coladas, as duas partes dão o recado. Amazonas são mulheres sem um seio. Elas arrancavam o peito direito pra segurar melhor o arco. No país […]
Oba! As férias chegaram. Xô, escola! Xô, trabalho! Xô, seriedade! Sombra e água fresca pedem passagem. Abram-lhes alas. Com um cuidado — a palavra férias só se usa no plural. Artigo, adjetivos, pronomes e verbos a ela relacionados concordam com a boa-vida: Minhas férias escolares começaram mais cedo porque fui dispensado das provas. Vão longe as férias que passei no Rio. Gosto das férias natalinas. […]
Quem nasce no Brasil é brasileiro. Quem nasce na França, francês. Quem nasce em Mônaco, monegasca. E quem nasce no Catar? O Catar tem mania de grandeza. Quem nasce naquele país do Oriente Médio tem dois adjetivos pátrios: catariano e catarense.
Marcello Moreira escreve: “Estou em dúvida quanto à correção desta frase: `Ao mérito seja dada as honras´. Nota 10 ou nota 0?” Esse é o caso mais comum de tropeço na concordância. A ordem inversa confunde. O autor se descuida do sujeito. Se pusermos a oração na ordem direta, o sujeito fica claro como a luz do sol: As honras sejam dadas ao mérito. […]
Fórceps é substantivo masculino. O artigo que o acompanha é o. Sem a possibilidade de encontro de dois aa, nada feito. Xô, grampinho! Assim: A confissão foi arrancada a fórceps. Bebê a bordo. Saiu a todo vapor. Por falar em crase… Também é proibido o uso do acento indicador de crase: com palavras repetidas: cara a cara, uma a uma, gota a gota, face a […]
O jornal publicou esta passagem: “O presidente Bolsonaro passou por um procedimento dermatológico. Foi realizada uma cauterização de sinais na região próxima à orelha. Os sinais estariam trazendo preocupação, mas, segundo avaliação médica, não seriam “nada demais”. Demais ou de mais? Demais = muito, em excesso: Comi demais. Trabalhou demais antes de viajar. De mais = a mais, opõe-se a “de menos”: Não seriam nada […]
“A boca dela é esquisita”, comentou alguém a respeito de Greta Thunberg, a pirralha. Soou esquisito. A razão: formou-se baita cacófato. A última sílaba de boca se juntou à palavra seguinte — dela. Ouviu-se, então, cadela. Por falar em cacófato… Eis exemplos de penetras indesejados: Não me preocupei, já que tinha (jaquetinha) terminado o trabalho. Uma mão (mamão) estava na mesa; a outra, no bolso. […]
Bem-humorado se opõe a mal-humorado. Mas ambos jogam no mesmo time. Escrevem-se com hífen.
“A Lei Anticrime não está vigindo”, disse o repórter. Bobeou. Vigir não existe. A forma é viger. O dissílabo tem um defeitão. É intolerante. Detesta o a e o o. Só se conjuga nas formas em que essas vogais não aprecem depois do g. A 1ª pessoa do singular do presente do indicativo (eu vigo) não tem vez. Nem o presente do subjuntivo. Que eu […]
As duas letrinhas têm a ver com a família. É que quem sai aos seus não degenera. Os verbos do clã terminam em –itir. O substantivo deles derivados ganham dose dupla: admitir (admissão), emitir (emissão), transmitir (transmissão), demitir (demissão).