Tim-tim, tim-tim, tim-tim. O borbulhante preferido por 10 entre 10 brasileiros recebe o nome da região onde é produzido. Sofisticada, a bebida gosta de tratamento VIP. Uma das bajulações que mais aprecia é o tratamento masculino. Sabe por quê? Ela é vinho sim, senhores — o (vinho) champanhe: Vamos tomar um champanhe geladinho? Exclusivo Sabia? Só existe champanhe francês. Por isso, dizer “champanhe francês” é […]
Toda unanimidade é burra? Nelson Rodrigues jurava que sim. Os fatos lhe dão razão. Os vinhos servem de exemplo. Muitos gostam de champanhe. Mas há quem prefira o espumante italiano. Ele mantém a grafia original. É prosecco.
A virada do calendário merece mais que ceia, champanhe e roupa nova. Faz jus à grafia nota 10. A francesinha réveillon mantém a forma original. Escreve-se com acento, dois ll e… letra inicial pequenina. Por quê? Apesar da pompa, é substantivo comum.
Ano-novo = réveillon, passagem de 31 de dezembro para 1º de janeiro. Ano novo = novo ano, outro ano: Feliz 2020 ou feliz ano novo.
Há quem diga que elegância tem a ver com o vestir. Deve ter. Há quem diga que tem a ver com o comportar-se à mesa. Deve ter. Há quem diga que tem a ver com o sentar, andar, dirigir-se aos outros. Deve ter. Há quem diga que tem a ver com a empatia. Deve ter. Há quem diga que tem a ver com tudo isso. […]
Harmonize a linguagem do corpo com as palavras. Ao falar, a gente se comunica por inteiro. A expressão do rosto, os gestos, o olhar, a respiração, a voz, a maneira de vestir-se, tudo conta. Segundo pesquisa da Universidade de Stanford, o corpo responde por 45% da mensagem; o tom da voz, 20%; as palavras, 30%.
Imagine que o leitor esteja à sua frente ou ao telefone conversando com você. Fique à vontade. Espaceje suas frases com pausas. Sempre que couber, introduza uma pergunta direta. Confira a seu texto um toque humano. Você está escrevendo para pessoas. Pascal explica: “Quando descobrimos um estilo natural, ficamos espantados e satisfeitos porque esperávamos um autor e encontramos um ser humano”.
Siga o exemplo de Franklin Delano Roosevelt. Um assessor queria fazer bonito. Apresentou-lhe esta frase num discurso: “Esforçar-nos-emos para criar uma sociedade mais inclusiva”. O presidente americano leu-a em voz alta. Achou-a pretensiosa e oca. Substituiu-a por: “Vamos construir um país em que ninguém fique de fora”.
Diga o que é, nunca o que não é. Em vez de dizer que “ele não é honesto”, diga que “ele é desonesto”. Em vez de “ele não assiste regularmente às aulas”, prefira “ele falta com frequência às aulas”. Em vez de “ele não passou no teste”, escreva “ele foi reprovado no teste”.
Siga a dica de George Simenon: “Corto adjetivos, advérbios e todo tipo de palavra que está lá só para fazer efeito”. Eis um exemplo: (Geralmente) procuro fazer meu (inadiável) trabalho com o auxílio de (dedicados) funcionários da repartição.