A palavra brechó tem a ver com o príncipe Belchior, que foi visitar Maria e Jesus? Consta que ele era vendedor. Indiretamente sim. O primeiro comerciante brasileiro de objetos velhos e usados chamava-se Belchior. Ele abriu a loja no Rio de Janeiro no final do século 19. Com o tempo, entrou em vigor a lei do menor esforço. Belchior virou brechó.
Atenção, galera. Na fala descontraída, a preposição para fica preguiçosa que só. Vira pra e torna-se leve como a pluma no ar. Por isso, a hedonista faz uma súplica: “Não me deem o peso de um acento. Livrar-se de um fardo e ganhar outro? Seria trocar seis por meia dúzia. Nada inteligente”: Pra frente, Brasil. Trabalhei pra burro. Gasta dinheiro pra chuchu. Acende uma […]
Etc. tem ponto no final? Tem. Coincide com o ponto no fim da frase? Sem problema. Fique com um só: Comprei laranja, maçã, pêssego, abacaxi etc. (A vírgula antes do etc. é facultativa.)
“Regina Duarte vai à Brasília conhecer a Secretaria da Cultura”, escreveu na telinha a GloboNews na Edição das 10. Uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Tropeçou na crase. Brasília não aceita artigo. Por isso não ocorre o casamento de dois aa. Como saber se cidades, estados e países aceitam artigo? Nos tempos em que a escola ensinava e o aluno aprendia, os professores citavam um versinho que mostrava o caminho […]
A novela começou com Jair Bolsonaro. Ele adora metáforas do vocabulário amoroso. Agora, encontrou a parceira ideal. Regina Duarte, convidada para assumir a Secretaria da Cultura, quer viver um grande amor. Dará certo? O primeiro passo é ter claro que o amor é cego, mas não é surdo. Impõe-se, por isso, todo o cuidado com as palavras. No início da relação, os verbos têm uma […]
Jair está de olho em Regina. Regina está de olho em Jair. Ele a convida pra assumir a Secretaria de Cultura. Ela sorri charmosa. E responde com um verbo do vocabulário amoroso: “Estou namorando o cargo”. Viva! Vênus, Cupido, Oxum e os demais deuses que entendem as feitiçarias do coração aprovaram. A namoradinha do Brasil conhece as manhas da ação que originou o apelido carinhoso. […]
O susto foi tão grande que ninguém reparou na trombada linguística de Roberto Alvim. O então secretário da Cultura, na quase cópia da frase do nazista Joseph Goebbels, disse: “A arte será igualmente imperativa posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo. Ou então não será nada”. As gramáticas classificam o posto que como locução conjuntiva concessiva. A duplinha joga no time de […]
Nazi é elemento que forma palavras: nazifascismo, nazifasciscita. Názi pode ser substantivo ou adjetivo, tem plural e acento (paroxítona terminada em i como táxi): polícia názi, pronunciamentos názis, os názis. Curiosidade No começo, era Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei (Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães). Mas a lei do menor esforço entrou em campo. A agremiação virou National Sozialist. Mais um pouco e não deu outra. Tornou-se simplesmente […]
Na correção, o Enem trocou as cores. Misturou as provas cinza com os gabaritos amarelos. Deu no que deu — o samba das notas doidas. A balbúrdia deixa uma lição: o adjetivo cinza é invariável. Por quê? Porque deixa subentendida a expressão (cor da): terno (da cor da) cinza, ternos (da cor da) cinza, prova (da cor da) cinza, provas (da cor da) cinza. Claro […]
O secretário da Cultura plagiou a turma do Hitler. Disse que a arte brasileira seria “heroica”. Rapidinho virou ex. Mas deixou uma questão no ar: por que herói tem acento e heroico não tem? A resposta tem tudo a ver com a reforma ortográfica. Antes da mudança, o ditongo aberto oi se escrevia com grampinho sempre. A reforma alterou a regra só das paroxítonas. Oxítonas, […]