Onze juízes compõem o Supremo Tribunal Federal. O adjetivo supremo diz tudo. Trata-se de superioridade incontestável. A partir da próxima semana, Suas Excelências julgarão os mensaleiros. São 38. Os réus serão condenados ou absolvidos. A decisão é a sentença.
Mensalão rima com corrupção. Rima, também, com confusão. Abra os olhos. Não misture o palavrão com a inocente mesada. Ambos têm o mesmo pai — mês. Mas tomaram rumos diferentes. Mensalão trilhou o caminho do mal. Mesada seguiu a via contrária. Trata-se do dinheirinho que os pais dão aos filhos para que a meninada aprenda a lidar com os escassos reais.
O tempo passa. Com ele, os costumes mudam. A língua, atenta, acompanha o vaivém da sociedade. Aposenta palavras e incorpora outras. Uma das novidades é mensalão. O Aurélio só registra o trissílabo na edição de 2010. As anteriores o ignoram. Explica-se. O palavrão veio ao mundo em 2005. Roberto Jefferson, então presidente do PTB, batizou a prática corrupta que corria solta nos escaninhos da política […]
Antes de escrever ex, pare e pense. Pense no tempo. Você está no presente. A referência a personagem no texto está no tempo atual ou no passado — quando o hoje ex não era ex? Vale o exemplo desta frase do suplemento especial publicado no Correio Braziliense: “O escândalo que contaminou o fim do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou em […]
“Em suplemento especial, o Correio conta quem são cada um deles”, escrevemos na capa. Uiiiiiii! Tropeçamos na concordância. O sujeito quem pede o verbo no singular. O predicativo cada um também. Resultado: é singular ou singular. Assim: Em suplemento especial, o Correio conta quem é cada um deles.
Advogado: ― Doutor, antes de começar a autópsia, o senhor verificou o pulso da vítima? Perito: ― Não. Advogado: ― O senhor mediu a pressão arterial? Perito: ― Não. Advogado: ― O senhor verificou a respiração? Perito: ― Não. Advogado: ― Nesse caso, é possível que a vítima ainda estivesse viva quando a autópsia começou, não? Perito: ― Não. Advogado: ― Como o senhor pode […]
“O juiz julga o que houve, não o que ouve.”
Na legenda da foto do caderno Cidades de 2ª-feira, descubro que “unidade” é um hospital. Viro a página e, na legenda, descubro que “unidade” é um ônibus. Na outra, é escola. O que é “unidade”, afinal? (Alexandre, Brasília) Unidade virou palavra-ônibus. Comporta 1001 significados. Todos imprecisos. É, como você diz, a muleta da moda.
DAD SQUARISI // dadsquarisi.df@@dabr.com.br Nossa marca registrada? Temos algumas. As mais marcantes: o jeitinho e a procrastinação. Ambas mantêm relações íntimas. Talvez uma exista por causa da outra. Como vencer a inelutável tendência de deixar para amanhã o que podemos fazer hoje? Se possível, para depois de amanhã, a semana que vem, o ano que vem? Só recorrendo a caminhos abertos por amizade, coleguismo, espírito […]
“Na avaliação de Marco Aurélio, o julgamento não se dará em meio a emoções, sendo os ministros são técnicos que julgam de acordo com a Constituição, e não em meio a influências externas”, escrevemos na pág. 6. Deu pra entender? Não. Melhor reestruturar o período. Assim: Na avaliação de Marco Aurélio, o julgamento não se dará em meio a emoções. Técnicos, os ministros julgam de […]