“Não há fiscalização neste tipo de operação no DF”, escrevemos na capa. Como a operação foi citada antes, o este não tem vez. O esse pede passagem. Seja bem-vindo: Não há fiscalização nesse tipo de operação no DF.
José Sarney foi a Portugal, quando presidente da República. Percorreu, em Lisboa, algumas livrarias à procura do livro A velhice do padre eterno, de Guerra Jungueiro. O proprietário, muito solícito, informou que no momento não tinha o livro, mas que iria providenciar na editora. — Então virei buscar depois. Vocês fecham no sábado?, perguntou o presidente. — Não. Não fechamos aos sábados, Excelência, informou o vendedor. […]
“Enterraram caveira de burro aí” é a forma bem-humorada usada em situação em que ocorrem sucessivos erros. Corrige-se um aqui, aparece outro ali. Consertado, surgem novos buracos que, tapados, originam outros, outros e outros. O dito vale para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desde a criação, em 1998, o teste exibe histórico de falhas que denunciam amadorismo inaceitável em processo que envolve […]
“Além de punir os deboches, o Enem 2013 também pretende apertar os critérios de correção”, escrevemos na pág. 8. Reparou no pleonasmo? Além e também jogam no mesmo time. Ambos indicam adição. Melhor ficar com um ou outro. Assim: Além de punir os deboches, o Enem 2013 pretende apertar os critérios de correção. O Enem 2013 vai punir os deboches e, também, apertar os critérios de […]
Sou invocado com este tipo de frase: “Lindinha passeia em sua própria história”. Se é sua não é própria?(José Fernandes Costa) Isso mesmo. A duplinha joga no time do pleonasmo. Melhor ficar com uma ou outra. Assim: Lindinha passeia na própria história. Lindinha passeia na sua história.
A mulher que dá à luz um filho pare um filho. Esquisito, não? O verbo parir, embora não pareça, é regular. Conjuga-se em todas as pessoas, tempos e modos. Mas algumas são pra lá de esquisitas. O nó da questão? É o presente do indicativo. A primeira pessoa do singular — eu pairo — confunde-se com o verbo pairar. É perigoso. Uma grávida voando pode dar […]
“…casa situada à Seymour Avenue, no bairro de West Side”, escrevemos na pág. 16. Viu? Tropeçamos na regência. A casa é situada em algum lugar — na rua, na avenida, no bairro, na cidade, no país, no continente. Melhor: … casa situada na Seymour Avenue, no bairro de West Side.
“Muito elogio atrapalha.”
João Eduardo quer tirar 10 na redação do Enem. Mas tem duas pedras no caminho. Uma delas: não gosta de escrever. A outra: considera impossível fazer um bom texto em 30-40 linhas. A limitação de espaço o inibe. Ele fica paralisado. As ideias se vão. Quando reaparecem, é tarde. O tempo acabou. “Me dá uma ajudinha?”, pede o garotão. “Claro que sim”, respondemos nós. Sem mistérios […]
“Com diversas exposições realizadas e livros publicados, sendo co-autor de seis livros com Luis Fernando Veríssimo, o autor comemora a boa fase”, escrevemos na pág. 7 de Diversões&arte. Ops! Esquecemos pormenor pra lá de importante. O prefixo co- tem alergia ao hífen. Com ele é tudo colado: coautor, corresponsável, coordenação.