O verbo haver tem mil e tantos empregos. Um deles: contagem de tempo passado: Cheguei há pouco. Mora nos Estados Unidos há três anos. Desde que fez a primeira viagem de navio há 10 meses, abandonou o avião. Prefere navegar a voar. Simples assim. Mas muitos preferem complicar. Desavisados, juntam o haver com o atrás (chegou há duas horas atrás). Baita pleonasmo. O casamento junta […]
Gente, setembro se vai. Dá passagem ao quarto trimestre. A meninada pensa nas provas e, claro, nas férias. A Secretaria de Educação vai além. Organiza o próximo ano letivo. Em Brasília, começaram as telematrículas. Os pais matriculam os filhos por telefone. A papelada fica para depois. O procedimento trouxe tele– ao cartaz. Telematrícula se escreve com hífen? Guarde isto: a família tele- sofre de intolerância […]
É excelência pra cá. Magnificência pra lá. Eminência pracolá. Eta coisa velha! O mofo centenário incomodou o senador Roberto Requião. Como o que fica parado é poste, Sua Excelência apresentou projeto de lei pra lá de bem-vindo. Propõe acabar com o tratamento cerimonioso a autoridades. Excelências & cias. entram na vala comum. Viram senhor e senhora. Como diz a Constituição, todos são iguais perante a […]
“É sinal de maturidade ouvir críticas e, depois, filtrar o que for relevante.”
O pronome você pertence à segunda ou à terceira pessoa? As pessoas do discurso são três. A primeira: quem fala. A segunda: com quem se fala. A terceira: de quem se fala. Você é a pessoa com quem se fala. Joga no time do tu, vós e de todos os pronomes de tratamento começados por vossa. Aliás, quando nasceu, você era Vossa Mercê, companheiro de […]
“Não acredito que o Supremo vai recuar”, escrevemos na pág. 3. Cadê o subjuntivo? O gato comeu. Nós ajudamos a enterrar. Mas o modo da subjetividade faz falta. Que tal ressuscitá-lo? Assim: Não acredito que o Supremo vá recuar. Não acredito que o Supremo recue.
A fritada de ovos bem batidos que a gente recheia de delícias ao gosto do freguês nasceu na França. Lá, chama-se omelette. Aqui ganhou o nome de omeleta. Mas o azinho final não pegou. Ficamos com omelete, como a matriz. E o gênero? A gostosura joga no time de personagem. Pode ser feminina ou masculina: Eu comi um omelete de queijo. Ela comeu uma omelete […]
Raquel Dodge é a personagem da semana? Ou o personagem da semana? A posse da procuradora-geral da República suscitou a questão, que remete a caso de amor da mitologia grega. A história se passou no Olimpo. Hermes se apaixonou por Afrodite (Vênus). Casaram-se e tiveram um belo filho. Que nome lhe dar? Sugestão daqui, palpite dali, resolveram adotar hábito pra lá de conhecido dos brasileiros. […]
“Um português chegou no hotel de Manaus”, escrevemos na pág. 4 de Diversão&Arte. Viu? Bobeamos na regência. A gente chega a algum lugar. Melhor fazer as pazes com a preposição: Um português chegou ao hotel de Manaus.
Você diz uma milhar de mulheres? Uma milhão de vezes? Claro que não. Mas, volta e meia, a duplinha vira feminina na boca de desavisados. O tropeço ocorre quando é seguida de nome feminino. Olho vivo! Cair na esparrela é proibido. Milhar e milhão são machinhos e não abrem: Os milhares de pessoas se dirigiram ao parque da cidade. Os milhões de crianças pedem escola […]