A locução apesar de dá ideia de concessão. Abre uma brecha na declaração principal, mas não adianta nada. As coisas ficam na mesma. Quer ver? Apesar de estudar muito, não passou no concurso. Viu? Ele estudou (é a concessão). Não conseguiu passar (declaração principal). * Na vida do apesar de há um problema. É a fraqueza da carne. A preposição de não resiste aos encantos […]
Medimos o comprimento da saia, do vestido, da calça. Prestamos atenção ao cumprimento de horários, de promessas e de ordens superiores. Educados, apresentamos cumprimentos aos aniversariantes do mês.
Atenção, marinheiro de poucas viagens. Ele é bom caráter. E eles? São bons caracteres sim, senhores. A sílaba tônica é a penúltima — te.
O u e o l causam estragos. Em fim de sílaba, eles soam do mesmo jeitinho. Resultado: o troca-troca faz a festa. É o caso de cauda e calda Olho vivo. O piano, o vestido, certos bichos têm cauda. Reparou? Todos têm um alongamento traseiro. Calda? Ah, é o sumo gostosinho fervido com açúcar e água. Quem resiste a uma calda de chocolate quentinha sobre […]
Animais estão furiosos. Com razão. A moçada anda deformando o nome deles. Sem consideração, omite, troca ou acrescenta letras. Não caia na esparrela. Em vez de chipanzé, diga e escreva chimpanzé. Em lugar de carangueijo, caranguejo. Mande camondongo, pernelongo, largato e lagatixa pra bem longe da língua e dos textos. Fique com camundongo, pernilongo, lagarto, lagartixa.
Com e ou sem e? Ops! Depende. Compare: Comprei laranja, pera, maçã, abacate, uva. (A ausência do e significa etc. Comprei outras frutas além das citadas.) Comprei laranja, pera, maçã, abacate e uva. (O e põe ponto final na enumeração. Só comprei as referidas.) Mais exemplos? Ei-los: Gosto de cinema, teatro e literatura (só aprecio as três diversões). Gosto de cinema, teatro, literatura (aprecio outras, […]
Eis a questão: por que cor-de-rosa se escreve com hífen enquanto as irmãzinhas cor de laranja, cor de pêssego, cor de vinho & cia. dispensam o tracinho? A resposta: travessura da reforma ortográfica. Ao cassar o hífen dos compostos com três palavras ou mais ligados por pronome, preposição, conjunção (pé de moleque, tomara que caia, testa de ferro, mão de obra, mula sem cabeça), a […]
O Brasil se veste de rosa. Em Brasília, palácios e monumentos ganham a cor que já foi exclusividade feminina. Brasil afora o colorido se repete. A razão é nobre. Este mês é dedicado à luta das mulheres contra o câncer de mama. A campanha é pra lá de bem-vinda. Por ano, nada menos de 60 mil pessoas descobrem a doença. Pior: as vítimas são cada […]
Começou a temporada da mais cobiçada premiação do mundo. Convém, por isso, fazer bonito. Pronunciar-lhe o nome com a merecida pompa e circunstância. Nobel rima com Mabel. A sílaba tônica é a última.
“Compreende-se porque o Brasil é campeão absoluto em violência por uso de arma de fogo”, escrevemos na pág. 11. Viu? Esquecemos pormenor pra lá de importante. Se for substituível por “a razão pela qual”, porque dá passagem a por que. Assim: Compreende-se por que (a razão pela qual) o Brasil é campeão absoluto em violência por uso de arma de fogo.