“A primeira coisa que morre na pessoa é a língua e a última coisa que lhe acaba é o coração. Será talvez porque a língua é que viveu mais desunida e por isso mais solta. O coração morre com menos pressa, porque todo o sangue se une para sua defesa.”
Guarde isto: em expressões com palavras repetidas, o grampinho não tem vez: cara a cara, gota, a gota, uma a uma, ponta a ponta, frente a frente.
“Segundo as más línguas, o húngaro é a única língua que o diabo respeita.”
Explosão arrasa o porto de Beirute. A imagem parece cena de guerra. Fumaça, ruínas, sirenes, correria formam o cenário. No meio do tumulto, cristãos e muçulmanos rezam. Uns recorrem ao Corão; outros, à Bíblia. História A palavra Bíblia tem uma história pra lá de curiosa. Às margens do Nilo, no Egito, havia papiro pra dar, vender, emprestar e alugar. Egípcios, gregos e romanos usavam as […]
Privatizar se escreve com z porque -isar não existe. O sufixo formador de verbos é -ar. Ele se cola ao radical: martelo, martelar; casa, casar; trato, tratar; retrato, retratar. Às vezes, o radical tem s. O -ar não tem preconceitos. Cola-se a ele: pesquisa (pesquisar), bis (bisar), análise (analisar), catálise (catalisar), liso (alisar), paralisia (paralisar), improviso (improvisar). Privado não conta com o s onde o […]
“Não-petista”, escreveu o Correio. Ops! Jogou no time dos esbanjadores. Antes, o não era um rolo só. Ora aparecia seguido de hífen, ora sem. A reforma ortográfica pôs fim à incerteza. Cassou o tracinho: não petista, não agressão, não alinhamento, não fumante, não beligerante, não alinhamento.
O governo fala em privatizações. Várias estatais estão na fila. Entre elas, os Correios. Ao tratar do assunto, pinta a dúvida. A palavra leva o verbo para o singular ou o plural? Correios é substantivo próprio escrito no plural. Joga no time de Palmeiras, Santos, Estados Unidos. A concordância depende do artigo. Se o nome vem acompanhado do pequenino, o verbo concorda com ele. Sem […]
Pessoa que tem o mesmo nome de outra é xará ou chará? O dicionário diz que é xará. A palavra vem do tupi se rera, que significa meu nome.
“Haja com consciência”, escreveu o jornal santista. João Bergomas leu. Duvidou dos próprios olhos. Leu de novo. Não havia dúvida. Confundiram as grafias. Aja, do verbo agir, e haja, do verbo haver, se pronunciam do mesmo jeitinho. Mas o significado não tem nada a ver um com o outro. Compare: É necessário que haja voluntários para testar a vacina. Ufa! Haja paciência! Aja de acordo […]
Escrever é verbo transitivo direto. Escrevemos para alguém. Queremos que o leitor entenda nosso recado sem duplos sentidos. Primeiro passo: dizer com clareza o que precisa ser dito. Um dos cuidados é com o verbo declarativo. Ele tem tanta importância que, em caso de troca, pode mudar a informação. Compare: Não sou sócia da corrupção, disse a primeira-dama. Não sou sócia da corrupção, insistiu a […]