“O que pareciam problemas graves, depois do bode parecem plenamente suportáveis”, dizia o editorial do jornal. Lia Souza, lá de Formosa, estranhou a construção. “Será o verbo parecer diferente dos demais? Ele foge à regra geral de concordância?”, pergunta. O sujeito da frase está na cara. É o pronome que. Ele se relaciona ao antecedente o, que significa aquilo (Aquilo que pareciam problemas graves, depois do bode […]
Etc. tem ponto no final. Se coincidir com o ponto do fim da frase, devem-se usar os dois pontos? Não. Fiquemos com um ponto só: Comprei laranja, maçã, pêssego, abacaxi etc. (A vírgula antes do etc. é facultativa. Você escolhe.)
Doido invade igreja no Texas e sai atirando. Entre mortos e feridos, 10% da população foi atingida. Estudantes de escolas brasileiras dão tiros em salas de aula. Roubam vidas e espalham medo. Jornais noticiam os fatos. Alguns pisam a bola. Escrevem “matou à tiros”. Bobeiam. Crase antes de nome masculino? Nem a pedido de Deus: matou a tiros. Há casos em que aparece o sinalzinho […]
Dentre as medidas provisórias a serem aprovadas, há quatro que mexem com os interesses da Federação”, escrevemos na pág. 2. Entre ou dentre? Quase sempre entre. Dentre é a combinação de de + entre (macaco saiu de entre (dentre) duas árvores). Não é o caso. Melhor: Entre as medidas provisórias a serem aprovadas, há quatro que mexem com os interesses da Federação.
Azul tem plural. É azuis (roupas azuis, tênis azuis). Mas, ao formar adjetivo composto, entra no time dos preguiçosos. Ignora a concordância e se mantém no singular: blusa azul-celeste, blusas azul-celeste, vestido azul-ferrete, vestidos azul-ferrete, sapato azul-marinho, sapatos azul-marinho, sapato marinho, sapatos marinho, bolsa marinho, bolsas marinho.
Outubro se foi. Com ele, o rosa se despiu de prédios e monumentos. A cor símbolo do feminino cedeu o trono ao azul, marca do masculino. A mudança tem explicação. Mulheres e homens precisam conjugar o verbo prevenir em vez de remediar. Detectar o câncer de mama ou de próstata com antecipação é receita certa de cura. Se deixar o mal avançar, a história muda […]
“A tucana comparou a situação a de um trabalhador escravo”, escrevemos na pág. 3. Cadê a crase? O gato comeu. Melhor devolver: A tucana comparou a situação à (situação) de um trabalhador escravo.
A linha que separa a redação nota zero da redação nota mil é tênue. Quase sempre o fracasso na produção de texto não se deve ao desconhecimento do tema ou a tropeços na língua. Deve-se à desobediência às orientações. Bobear é proibido. Dar jeitinhos também. O caminho para não morrer na praia é um só: ler, entender e aplicar as ordens tim-tim por tim-tim. Vamos […]
Acredite. Escrever é mandar recado. A receita de uma sobremesa é um recado. O convite para a festa de aniversário é um recado. O horóscopo publicado no jornal é um recado. A prova que você faz na escola é um recado. A dissertação de mestrado é um recado. A gente manda e recebe recados todos os dias. A secretária anota a mensagem para o chefe. […]
O que a banca examinadora leva em conta na hora da correção? São cinco critérios — ordens que devem ser seguidas tim-tim por tim-tim. Ignorá-los rouba pontos e pode, até, levar à anulação da prova. Valha-nos, Deus! Vigiar e orar é a regra. Vamos a eles? 1. Domínio da língua: escreva a norma culta. Não significa palavras difíceis nem frases complicadas. Grafe as palavras como […]