Carla é linda. Loura, olhos azuis, peso de manequim, pernas longas, andar ondulado como as ondas do mar. Ela tem um sonho. Quer fazer televisão. Qualidades não lhe faltam. Submeteu-se a teste na Globo. Fotogênica, ultrapassou o primeiro obstáculo. Depois, veio a prova de locução. O texto era simples, mas cheio de ciladas. Numa, ela caiu como sereia: — A entrada é gratuita. A bela […]
Acento e pronúncia formam par inseparável. Agudo e circunflexo só caem sobre a sílaba tônica. Em dissílabos, trissílabos e polissílabos descobrir a fortona é fácil como passar criança pra trás na fila. Com os monossílabos, porém, a história muda de enredo. Os pequeninos obedecem às mesmas regras das oxítonas. Acentuam-se os terminados em a, e e o seguidos ou não de s. Veja: está (dá), […]
O verbo haver joga em dois times. Pessoal = conjuga-se em todas as pessoas (hei de estudar, hás de estudar, há de estudar, havemos de estudar, haveis de estudar, hão de estudar). Impessoal = na acepção de existir e ocorrer, só se flexiona na 3ª pessoa do singular: Há cinco alunos na sala. Houve distúrbios durante as manifestações. Houve tempos de paz no Oriente Médio? […]
Na era da internet, palavras estrangeiras frequentam nosso dia a dia sem cerimônia. Apesar da invasão, muitos têm dúvidas de como lidar com elas. Eis quatro pistas. Dica 1 Se escrita na língua original, respeite a grafia da palavra. É o caso de show, shopping, hardware, apartheid, zoom, slide, holding, marketing, joint venture, outdoor, funk. Dica 2 Não empregue no idioma original palavras que estão […]
A carta de jogar se chama curinga (não coringa). O lugar onde se bebem umas e outras, boteco (não vale buteco). A fruta pretinha e doce, jabuticaba (jaboticaba dá indigestão). O roedor esperto, camundongo (não camondongo). Da tábua vem tabuada.
Jano é um deus pra lá de poderoso. Mais poderoso que Superman, Batmam, Fantasma, He Man, Jaspier e Power Ragers juntos. Tão poderoso que se tornou dono do tempo. Vê tudo o que passou. E tudo o que vai passar. Como? O poderoso senhor tem duas caras. Uma olha para trás. Vê o passado. A outra olha pra frente. Enxerga o futuro. Quando termina o […]
Eta verbinho preguiçoso. O boa-vida joga no time dos defectivos. Não se conjuga em todas as pessoas, tempos e modos. Amante da eufonia, quer soar bonito. Por isso só se flexiona nas formas em que o u é seguido de e e i. Eu ruo? Que eu rua? Nem pensar. Melhor: ele rui, nós ruímos, eles ruem, ele ruiu, ele ruía, você ruiria, ela ruirá […]
Socorro!, gritam os atingidos pelas chuvas. Parentes, amigos, população e governo conjugam o verbo assistir. Ops! Assistir ou assistir a? No caso, é prestar assistência. Transitivo direto, o trissílabo dispensa intermediários. Vai direto à ajuda: O governo assiste os necessitados. O médico assiste o doente. Os bombeiros assistiram os moradores das casas alagadas. Assistir a joga em outro time. Quer dizer presenciar, estar presente: Assisti […]
Chover joga no time de ventar, trovejar, nevar, amanhecer, anoitecer. Por indicarem fenômenos da natureza, eles só se conjugam na 3ª pessoa do singular: Chove sem parar. Ventou muito ontem à noite. Amanhece cedo no verão. Sempre troveja quando chove? A língua detesta monotonia. Por isso recorre ao sentido figurado. Aí seres orgulhosos entram na vala comum. Concordam com o sujeito em pessoa e número: […]
Raios ultravioleta ou ultravioletas? Infravermelho ou infravermelhos?
Ultravioleta e infravermelho não são adjetivos compostos. Mas jogam no time dos duplos. Violeta é substantivo. Não se flexiona. Vermelho é adjetivo. Varia: raios ultravioleta, raios infravermelhos.