Escrever todos os dias uma página. Pode ser sobre qualquer assunto — a receita de bolo, o comentário da novela, o sonho da noite, a conversa com o chefe, o artigo lido, o encontro inesperado, a rotina do dia a dia. Depois, jogar tudo no lixo. Em um mês, o temor da folha (ou da tela) em branco se vai. A cabeça e as mãos […]
Seguir a dica de George Simenon: “Corto adjetivos, advérbios e todo tipo de palavra que está lá só para fazer efeito”. Quer exemplo? (Geralmente) faço meu (importante e indispensável) trabalho com o auxílio de (dedicados e competentes) funcionários da repartição.
Escolher palavras simples e curtas. Em vez de unicamente, use só. Em lugar de falecer, prefira morrer. Substitua féretro por caixão. Obviamente por é claro. Morosidade por lentidão.
Escrever sem rebuscamento. Pascal explica: “Quando descobrimos um estilo natural, ficamos espantados e satisfeitos, pois esperávamos um autor e encontramos um ser humano”. Carlos Lacerda entendeu o recado. “Mãe é mãe. Genitora é a tua. Progenitora é a vó”, brincou ele.
Seguir o exemplo de Franklin Roosevelt. Um assessor queria fazer bonito. Apresentou-lhe esta frase num discurso: “Esforçar-nos-emos para criar uma sociedade mais inclusiva”. O presidente leu-a em voz alta. Achou-a pretensiosa e oca. Substituiu-a por “Vamos construir um país em que ninguém fique de fora”. Que tal? Ser simples é a melhor receita.
Assegurar os direitos imprescritíveis do leitor propostos por Daniel Pennac: O direito de não ler. O direito de pular páginas. O direito de não terminar um livro. O direito de reler. O direito de ler qualquer coisa. O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível). O direito de ler em qualquer lugar. O direito de ler uma frase aqui e outra ali. O direito de ler […]
Ler muitas histórias para as crianças. Dar emoção à voz. Deixá-las tocar as ilustrações. Dar-lhes tempo para sonhar, viver outras vidas, soltar a imaginação. Comentar. Assim nasce um leitor.
Harmonizar a linguagem do corpo com as palavras. Ao falar, a gente se comunica por inteiro. A expressão do rosto, os gestos, o olhar, a respiração, a voz, a maneira de vestir-se, tudo conta. Segundo pesquisa da Universidade de Stanford, o corpo responde por 45% da mensagem; o tom da voz, 20%; as palavras, 35%.
Benedito Valadares chegou ao Palácio do Catete com óculos escuros. “O que é isso, Benedito?”, perguntou Gustavo Capanema, ministro da Educação de Getúlio Vargas. “Conjuntivite nos olhos”, respondeu o governador de Minas. Despediram-se. Ao vê-lo, Getúlio lhe fez a mesma pergunta. E Valadares: “Presidente, o médico lá em Minas disse que era conjuntivite nos olhos. Mas o Capanema, que quer ser mais sabido do que […]
O radialista Airton Medeiros entrevistava ao vivo na Rádio Nacional a presidente de uma associação de cegos. Dizia que ela era cega. Lá pelo meio do programa, recebeu um papelzinho com a recomendação de que a tratasse como “deficiente visual”. Antes de obedecer à ordem, perguntou se devia tratá-la de cega ou deficiente visual. Ela aproximou as mãos do rosto dele até tocar os óculos. […]