“Não há porque deixar de votar questões constitucionais”, escrevemos na pág. 7. Ops! Tropeçamos de novo no emprego do porquê. Quando for substituível por “a razão pela qual”, o dissílabo escreve-se por que. Assim: Não há por que deixar de votar questões constitucionais.
Em campanha, os políticos fazem o que mais sabem fazer — falam. Sobram discursos. Com eles, volta ao cartaz um pluralzinho pra lá de especial. Uns o chamam de plural de modéstia; outros, de majestático. No fundo, no fundo, ele não passa de um enganador. É singular. Mas faz de conta que não está nem aí pro número a que se refere. A pessoa usa nós, mas […]
Na era de lançamento de candidaturas, entra em cartaz o sufixo pré-. Acertar o emprego do pequenino muitas vezes depende da sorte. A razão: ora ele aparece separado por hífen (pré-candidato, pré-estreia, pré-vestibular). Ora sem o tracinho (preanunciação, preaquecer, precondição, predefinido, predeterminado, predisposto). Como lidar com ele? Só há um jeito: na dúvida, consultar o dicionário. O pai de todos nós está sempre às ordens. […]
“Eu também quero”, dizem políticos de olho no Planalto. Rodrigo Maia, Ciro Gomes, Álvaro Dias & companhia ilimitada ambicionam vestir a faixa presidencial, morar no Palácio da Alvorada e mandar neste Brasilzão sem fim. Para tanto, têm de fazer uma caminhada. Começa com o lançamento da pré-candidatura. Se colar, a criatura vai em frente. Persegue o sonho de chegar à Presidência da República com a […]
“É antiético falar mal de um colega, mas Deus sofre de milenar falta de imaginação. Suas peças têm o mesmo e previsível desfecho – a morte.” (Dias Gomes)
Dá uma vontade danada de pôr o acentinho indicador de crase na expressão marcha a ré. Resista. Se duvidar, consulte o dicionário. Marcha a ré se escreve assim, livre e solta — sem hífen e sem crase.
“Segundo várias pesquisas de opinião, 85% dos brasileiros, em média, aprova a decisão.” A concordância verbal está correta? Não. Na indicação de percentagem, o verbo tem duas saídas. Uma: concordar com o número (85). A outra: concordar com o complemento (brasileiros). No caso, ambos estão no plural. A alternativa é plural. Ou plural. Veja outros exemplos: Só 1% dos alunos compareceu aos jogos. (O verbo […]
“Ao Correio, o político goiano ainda não crava se irá concorrer”, escrevemos na pág. 4. Ops! Pisamos o futuro. A indicação do porvir tem duas formas. Uma: futuro simples (concorrerei). A outra: futuro composto, formado pelo presente do verbo ir + o infinitivo do verbo (vou concorrer). Melhor corrigir: Ao Correio, o político goiano ainda não crava se vai concorrer.
O diminutivo de pai é paizinho. O plural de paizinho, paizinhos.O diminutivo de país é paisinho (com s). Viu? Paisinho se escreve com s porque a letra figura no radical. Pai não tem s. Pede, por isso, ajuda à consoante de ligação (z) pra colar o sufixo -inho.
Maioria é metade mais um. Se 100 eleitores votarem e um candidato obtiver 51 votos, oba! Ele ganhou. Por pequena maioria, é verdade, mas ganhou. Se obtiver 98, viva! Venceu por grande maioria. Só faltaram dois pra alcançar a unanimidade. Nelson Rodrigues costumava repetir que a unanimidade é burra. Se é verdade…