“De acordo com pessoas próximas ao petista, ele mostrou irritação porque Moro não ter esperou o término do período para apresentar os embargos dos embargos”, escrevemos na pág. 2. Viu? Faltou releitura. Com ela, o texto ficaria assim: De acordo com pessoas próximas ao petista, ele mostrou irritação porque Morro não esperou o término do período para apresentação dos embargos dos embargos.
Na língua rolam muitas histórias de amor. Uma é velha conhecida nossa. Trata-se da paixão da preposição a pelo artigo a. Eles juntaram os trapinhos há tempo. Desde então, perderam a individualidade. Viraram à. Outra é o da preposição com os demonstrativos. Tudo começou com o nascimento dos pronomes aquela e aquele. Eles têm irmãozinhos gêmeos — a e o. Um pode ocupar o lugar […]
— Crase antes de pronome possessivo? Os precipitados têm a resposta na ponta da língua: — É facultativa. Os atentos pensam duas vezes: — Depende da frase. E daí? O pronome possessivo goza de privilégios. Ora vem acompanhado de artigo. Ora não. Por isso, a gente pode dizer: Minha cidade tem duas faculdades. A minha cidade tem duas faculdades. A crase é a fusão da […]
A dificuldade no emprego da crase não reside na preposição. Mas no artigo. É o caso do nome de cidade, estado, país. Cheios de caprichos, os danadinhos ora dão a vez ao grampo. Ora não. No aperto, a gente chuta. O resultado é um só. A Lei de Murphy, gloriosa, pede passagem. O que pode dar errado dá. Vou a Brasília? Vou à Brasília? Fui […]
Ferreira Gullar disse que a crase não foi feita pra humilhar ninguém. Pode ser. Mas que dá nó nos miolos, isso dá. Como desatá-lo? É fácil como andar pra frente. Primeiro passo: desvendar o segredo do acentinho Crase é como aliança no dedo esquerdo. Avisa que estamos diante de ilustre senhora casada. A preposição a se encontra com outro a. Pode ser artigo ou pronome […]
Há um juiz por perto? Não dá outra. É meritíssimo pra lá, meritíssimo pra cá, meritíssimo pracolá. Olho vivo. Meritíssimo se escreve assim — com i. A razão é simples. A palavra vem de mérito. Como diz o outro, filho de peixe peixinho é.
Cuidado com a Justiça. Com a ceguinha não se brinca. Ela exige propriedade vocabular. Nunca diga que o juiz dá parecer, atribuição do Ministério Público. O meritíssimo sentencia, decide, ordena, determina, absolve e condena. Em bom português: ele profere sentença. Parecer é coisa dos outros mortais.
“Além da corrupção, também serão debatidos assuntos ligados à segurança pública”, escrevemos na pág. 13. Reparou no pleonasmo? Além de indica adição. Também transmite a mesma ideia. Melhor ficar com um ou outro: Além da corrupção, serão debatidos assuntos ligados à segurança pública. Serão debatidos assuntos ligados à corrupção e, também, à segurança pública.
Escreva Justiça quando se tratar do Poder Judiciário. E justiça nos demais casos: A Justiça ordenou o pagamento dos atrasados. Não houve justiça na divisão dos bens. Fazer justiça com as próprias mãos.
Os gregos chamam a deusa guerreira de Atena. Os romanos, de Minerva. O nome latino criou expressão pra lá de popular. Em disputas, quando há empate na votação, o presidente desempata. É o voto de Minerva. A história da honraria vem de longe, lá da mitologia grega. Orestes matou a mãe e o namorado dela. Com o assassinato, vingou o pai. Agamenon foi morto pelo […]