Como empregar a vírgula em artigos, parágrafos, incisos etc. e tal? A resposta está na ordem. Olho vivo: 1. Se a referência obedecer à ordem crescente, não use a vírgula: Inciso II do parágrafo 2º do art. 5º da Constituição Federal. 2. Se a referência obedecer à ordem decrescente, a vírgula pede passagem: Constituição Federal, art. 5º, parágrafo 2º, inciso II.
Mandado e mandato se parecem. Mas não são iguais. Mandato é o poder dado a uma pessoa para representá-la. Senadores, deputados, vereadores, governadores, prefeitos têm mandato. São eleitos por determinado período. O advogado também recebe mandato para defender o réu. Mandado significa ordem. No caso judicial, é ordem dada por um juiz ou tribunal. Aí se chama mandado judicial. É o caso do mandado de […]
Há um juiz por perto? Não dá outra. É meritíssimo pra lá, meritíssimo pra cá, meritíssimo pracolá. Olho vivo. Meritíssimo se escreve assim — com i. A razão é simples. A palavra vem de mérito. Como diz o outro, filho de peixe peixinho é. Muitos trocam a letra. Escrevem meretíssimo. A palavra lembra meretriz. A resposta não tarda. O sol quadrado os aguarda.
A locução a distância, à distância é vítima da incompreensão gramatical. Às vezes, o substantivo distância anda na companhia do artigo. Outras, dispensa o acompanhante. Vale o exemplo do aviso que aparece na traseira de ônibus e caminhões: Mantenha distância. Daí: À distância só tem vez se a distância for determinada: Vi Lula à distância de mais ou menos 100 metros. Os sem-terra marchavam à […]
Nem sempre o grampinho resulta da fusão de dois aa. Às vezes, a clareza fala mais alto. Apela-se, então, para a falsa crase. Usa-se à. É o caso de vender à vista. Aí, não ocorre o encontro dos dois aa. No tira-teima, fica clara a ausência do artigo: vender a prazo. Por que o à? Para evitar mal-entendidos. Sem o acento, poder-se-ia entender que se […]
Nome próprio pede artigo? Depende da região. Os nordestinos não suportam pôr o a ou o o na frente do nome. Dizem: Encaminhei as cartas para Maria. Maria saiu. Paulo é irmão de Luiza. Os sulistas, só pra contrariar, adoram o artigo: Encaminhei as cartas para a Maria. A Maria saiu. O Paulo é irmão da Luiza. Por isso, usar o sinal da crase antes […]
“Bebê à bordo”, anunciam decalques cidade afora. “Estou à caminho”, escreve o namorado à amada. “Carro movido à álcool”, dizem os classificados. Nada feito. A regra é pra lá de sabida: o acento grave não tem vez antes de nome masculino. A razão é simples. Machinhos não aceitam o artigo a. Sem ele, nada de casório. Mas há construções em que aparece à antes de […]
A crase não foi feita pra humilhar. Mas pra tentar. Certas construções dão coceira na mão. Diante delas, o desejo parece irresistível. Ao menor descuido, lá está o acentinho comprometedor. Seguuuuuuuuuuuuuuuuuura! Tentação satânica são as palavras repetidas. Ao vê-las, dobre os cuidados. Pare, pense e controle-se. Lembre-se de que as duplinhas têm alergia à crase. Não aceitam o sinalzinho nem a pedido dos deuses do […]
A língua copia a vida. Lá e cá existem os casais. O que acontece com um acontece com o outro. Se um par tem preposição, o outro vai atrás. De segunda a sexta. De é preposição pura. A só pode ser preposição pura. Em ambas o artigo não tem vez: Trabalho de quarta a sexta. A farmácia faz entregas de segunda a sábado. Vejo tevê […]
Que escravidão! O relógio não dá sossego. É hora de pular da cama, hora do banho, hora do café, hora do ônibus, hora do ponto, hora da reunião, hora do almoço, hora do banco, hora da consulta, hora do lanche, hora da carona, hora da faculdade. Ufa! Conclusão: hora é pra lá de poderosa. Contra ela, não adianta lutar. O bom senso, no caso, aconselha […]