O não provoca arrepios. Talvez por lembrar repressões da infância. Não faça isso, não faça aquilo. Não pode isso, não pode aquilo. Os nãos acompanham a pessoa vida afora. Mas ninguém os ama, ninguém os quer. Muitos preferem mantê-los no esquecimento. Por isso a forma positiva ganha banda de música e tapete vermelho. A regra é dizer o que é, não o que não é. […]
Cargos e funções, se exercidos por mulher, escrevem-se no feminino. Presidente (ou presidenta), agente administrativa, secretária-executiva servem de exemplo. Atenção ao exagero. Siga a índole da língua. Na concorrência de feminino e masculino, fique com o masculino plural. Filhos engloba filhos e filhas. Brasileiros, brasileiros e brasileiras. Amigos, amigos e amigas. Não caia no modismo irritante de discriminar — sem necessidade — o sexo das […]
Ser claro é obrigação de quem escreve. O artigo definido se presta a confusão de significados. Dobre a atenção ao usá-lo. Ao dizer “os estudantes da UnB aderiram à greve”, englobam-se todos os estudantes. Se não são todos, dispensa-se o artigo: Estudantes aderiram à greve.
“Depois de ficar por quase duas décadas sem pisar naquele distrito, passei por lá numa viagem rumo a Mato Grosso do Sul”, escrevemos na pág. 14. Nota 10. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Sergipe escrevem-se sem artigo: Sou de Mato Grosso. Moro em Mato Grosso do Sul. Vivi em Goiás. Estive em Sergipe.
“Pesquisa revela que o litro do combustível custa, em média, R$ 3,59 no DF. É o mais alto do país”, escrevemos na capa. Viu? Tropeçamos na propriedade vocabular. O litro do combustível é caro ou barato. O preço, alto ou baixo. Melhor: Pesquisa revela que o litro do combustível custa, em média, R$ 3,59 no DF. É o mais caro do país.
O substantivo condolências se usa sempre no plural: Assinou o livro de condolências. Vai apresentar condolências à família. Outras palavras jogam no time de condolências. É o caso de anais, antolhos, cãs, exéquias, férias, fezes, núpcias, óculos, olheiras, pêsames, víveres. Os naipes do baralho também entraram na onda (dama de copas, rei de espadas, dois de ouros, nove de paus). Artigos, adjetivos, pronomes e verbos […]
De onde vem o nome do sanduíche adorado pelos americanos? Vem da Alemanha. Marinheiros de Hamburgo aproveitaram velha receita de povos nômades da Ásia e Europa oriental. Eles comiam carne crua cortada bemmmmmmmmm fininha. Os hamburgueses avançaram um passo — cozinharam a iguaria. Imigrantes que partiam do porto de Hamburgo levaram a delícia para a Terra do Tio Sam. Os americanos gostaram da novidade. Mas, […]
Milhão é substantivo masculino. O numeral ou o adjetivo que o modifica deve concordar com ele: dois milhões de pessoas, duzentos milhões de estrelas, o milhão de dólares. Prefira a concordância do verbo com a coisa expressa, não com o número: Um milhão de pessoas estavam presentes ao comício. Milhar, também substantivo masculino, segue regra idêntica a milhão: dois milhares de laranjas foram desperdiçados (ou […]
Atenção, gente fina. Não caia no vício que circula por Europa, França e Bahia. Habitat natural é pleonasmo. Todo habitat é natural. Basta habitat. Habitat vem do latim. Por isso agradece, mas não aceita acento. Quando veio ao mundo, o hoje substantivo era verbo. O danado cresceu e mudou de time. Passou para a equipe dos substantivos. Dá nome ao lugar onde vive determinada espécie: […]
Olho vivo, moçada. Na função de adjetivo, pirata escreve-se sem hífen. Flexiona-se no plural: rádio pirata, navios piratas. Curiosidade Quem primeiro usou o termo pirata para descrever os que pilhavam navios e cidades costeiras foi Homero, na Odisseia. A pirataria marítima começou com os gregos que roubavam mercadorias dos fenícios e assírios, isso 753 a.C. Uma série de características marcou os ladrões dos mares: a bandeira […]