Locutores esportivos têm um denominador comum. Pisam os ditongos. No grupo ei, apagam o i. Em vez de treino, treinar e treinador, dizem treno, trenar, trenador. Em lugar de goleiro, golero. Chuteira vira chutera. Terceiro, tercero. Viu? É a pronúncia do cruz-credo. Resultado: bola na trave.
O lobo siberiano é a mascote da Copa de 2018 ou o mascote? Faça a sua aposta. Escolheu o feminino? Gol de placa. A criaturinha a quem se atribui o dom de dar sorte ou trazer felicidade usa batom e salto alto: Zavivaka é a mascote dos russos. O tatu-bola Fuleco foi a mascote brasileira. Você tem alguma mascote?
Você vai à Rússia assistir aos jogos da Copa? Oba! Mas seja esperto. Não dê chance ao azar. Para prevenir contratempos, lembre-se de pormenor pra lá de importante. Trata-se da crase. Com o verbo ir, acerte sempre. Na dúvida, apele para o macete infalível. Troque o ir pelo voltar e siga o conselho destes versos: Se, ao voltar, volto da, Craseio o á. Se, ao […]
Como escrever russo nos derivados? Com hífen? Sem hífen? A resposta é fácil como andar pra frente. Nos adjetivos pátrios, o tracinho pede passagem. No mais, é tudo colado: russo-americano, russo-brasileiro, russofobia, russomania.
Com a Copa do Mundo, não dá outra. O país sede vira notícia. Este ano é a Rússia. Com ela, o adjetivo pátrio — russo. Escrita assim, com dois ss, a palavra diz que se refere à terra dos czares. Mas a danada tem uma homófona. É ruço. Ambas se pronunciam do mesmo jeitinho, mas o significado de uma e de outra não se conhece […]
“Manifestantes anti-aborto diante da Catedral de Buenos Aires”, escrevemos na pág. 13. Bobeamos. O prefixo anti- pede hífen quando seguido de h ou de i. No mais, é tudo colado: anti-histórico, anti-higiênico, anti-imperialismo, anti-idade, antiaborto, anticonceptivo, antiestado.
“É um nome da dramaturgia, que veio, para ficar”, escrevemos na capa de Diversão&Arte. Reparou no desperdício? Gastamos vírgulas sem necessidade. Melhor poupá-las: É um nome da dramaturgia que veio para ficar.
Dia dos Namorados convoca o verbo presentear. Conjugá-lo como manda a gramática agrada como tomar café na cama, receber flores, ouvir elogio. Como frear, cear e passear, presentear perde o i no nós e vós dos dois presentes — do indicativo e do subjuntivo. Veja: eu presenteio (freio, passeio, ceio), ele presenteia (freia, passeia, ceia), nós presenteamos (freamos, passeamos, ceamos), vós presenteais (freais, passeais, ceais), eles presenteiam (freiam, passeiam, ceiam); que eu […]
Amar, abraçar, beijar e namorar são verbetes do dicionário amoroso. Eles têm um denominador comum. Dispensam intermediários. Transitivos diretos, ligam-se ao complemento sem preposição: João ama Maria. Maria ama João. João a ama. Maria o ama. João abraça Maria. Maria abraça João. João a abraça. Maria o abraça. João beija Maria. Maria beija João. João a beija. Maria o beija. E namorar? Antigamente namorava-se com […]
Hoje é Dia dos Namorados. Flores e presentes farão a festa. Lojas e restaurantes se preparam pras homenagens. Deuses, ninfas, serafins e mortais marcarão presença. Alguns curtirão a data no planeta Terra. Outros assistirão às reverências de longe, lá do Olimpo. Um deles é Cupido, o responsável pelos encontros e desencontros do coração. O deus do amor Cupido é um menino que anda sempre armado. […]