“Policiais apreenderam cerca de 50 toneladas de mercadorias roubadas em um galpão, no Gama”, escrevemos na pág. 16. Ops! Maltratamos a clareza. O texto diz que a mercadoria foi roubada em Galpão no Gama. Não é isso. Eis a informação comprometida com a verdade: Policiais apreenderam, em um galpão no Gama, cerca de 50 toneladas de mercadorias roubadas.
Importante não é ganhar. É competir. Será? Talvez seja isso mesmo. Mas é bom saber lidar com os três resultados possíveis na prática esportiva. Um é ganhar. Outro, empatar. O indesejado: perder. Ganhe, empate ou perca, seja elegante. Use a preposição correta: 1. O time ganha de outro por ou de: O Brasil ganhará da Suíça por 3 a 0 (ou de 3 a 0). […]
Iminente quer dizer prestes a acontecer: Os partidos estão na iminência de indicar os candidatos ao Palácio do Planalto. A renúncia do ministro parecia iminente, mas ele retrocedeu. Eminente joga no time das excelências. Significa elevado, superior: O eminente ministro proferiu a sentença.
Pontapé inicial é pleonasmo? Não. É lugar-comum. No futebol, a expressão é pra lá de bem-vinda. O jogador dá o pontapé inicial e inicia-se a partida. Acontece que jornalistas, escritores, advogados, professores, estudantes & cia. da escrita adoraram a duplinha. E passaram a usá-la a torto e a direito. Resultado: com a repetição, a novidade perdeu o frescor. Virou chavão. Xô!
Caber é cheio de irregularidades. Respeitar as manhas de tão instável criatura exige atenção plena. A mais importante é o cuidado com a conjugação. Guarde as formas: presente do indicativo (caibo, cabe, cabemos, cabem), pretérito perfeito ( coube, coube, coubemos, couberam), pretérito imperfeito (cabia, cabia, cabíamos, cabiam), imperfeito do subjuntivo ( coubesse, coubesse, coubéssemos, coubessem), futuro do subjuntivo (couber, couber, coubermos, couberem), gerúndio ( cabendo), […]
O número não é antecedido de vírgula. Quando acompanhado de número, letra maiúscula: Não encontrei a caixa postal. Caixa Postal 45.
Agradeço-o? Nãooooo! Agradeça com elegância. O verbo pede objeto direto de coisa e indireto de pessoa. Assim: Agradeceu o presente. Agradeceu ao pai. Agradeceu o presente ao pai. Na substituição do alguém pelo pronome, é a vez do lhe: Agradeço-lhe pela colaboração. Agradeço-lhe a atenção. Agradeci-lhe os cuidados com as crianças.
Há um tropeço que rouba pontos e compromete reputações. Qual? Flexionar azul-marinho. A duplinha é invariável: calça azul-marinho, calças azul-marinho, sapato azul-marinho, sapatos azul-marinho; carro marinho, carros marinho, bicicleta marinho, bicicletas marinho.
“Confiantes no título, um grupo de moradores do DF decidiu assistir aos jogos na terra de Dostoiévski”, escrevemos na primeira página. Viva! Nota 1000 pra regência do verbo assistir. Na acepção de ajudar, prestar assistência, ele é transitivo direto (o médico assiste o paciente). No sentido de presenciar, pede a preposição a: Assisti ao filme. Assistiu ao show. Assistiremos aos jogos da Copa pela televisão. […]
“A partir de agora, chefes de pastas na Esplanada só serão julgados pelo STF no caso de crimes ocorridos no exercício do cargo e que tenham a ver com a função”, escrevemos na primeira página. Reparou no desperdício? A duplinha e que só tem vez se aparecer o primeiro que. Sem ele, o e sobra. Melhor: A partir de agora, chefes de pastas na Esplanada […]