Onde? Aonde? Em geral, onde. Só se usa aonde com verbo de movimento que exige a preposição a: Aonde ele foi? Não sei aonde ele foi. Aonde o presidente quer chegar com essas manobras? Sei bem aonde o presidente quer chegar.
“Você vai no Mato Grosso, 60% do território está preservado”, disse Álvaro Dias na GloboNews. Tropeçou. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Sergipe & cia. dispensam o artigo: Sou de Mato Grosso. Chegamos a Mato Grosso. Gosto de Mato Grosso do Sul. Você mora em Goiás? Goiás fica ao lado de Brasília. Ele mora em Sergipe.
“Duvido que possa haver briga entre eu e o Paulo Guedes”, disse Bolsonaro. Foi ontem. O candidato estava no centro do programa Roda Viva. Não convenceu. É que os pronomes eu e tu têm alergia à preposição. Com ela, só o mim e o ti têm vez: Duvido que possa haver briga entre mim e o Paulo Guedes. Conversa entre mim, ti e ele. Gosta […]
A grita foi geral. Resultado: fica o dito pelo não dito. A Agência Nacional de Saúde Suplementar voltou atrás. Revogou a norma que avançava no bolso dos segurados — previa a cobrança de até 40% de coparticipação dos procedimentos dos clientes de planos de saúde e definia regras para a aplicação de franquia em convênios médicos. Ops! Pintou a dúvida. Voltar atrás é pleonasmo? Não. […]
Uma letra faz a diferença. Veja: O avião pousa. A modelo posa. Todos posamos na hora da foto, não?
O aviãozinho partiu de Santa Catarina rumo a São Paulo. O voo transcorreu sem problemas. Na hora de pousar, ops! Algo falhou. A aeronave despencou. Jornais, sites e tevês divulgaram o fato. Nove entre 10 notícias tropeçaram no modismo. Assim: “Dos sete ocupantes do avião, quatro foram arremessados para fora e os outros três tiveram de ser retirados das ferragens”. Reparou? O pronome outros sobra. […]
No sentido de interpor recurso, o verbo rege a preposição de: Os advogados vão apelar da sentença. Os candidatos apelaram dos critérios adotados na prova. Na acepção de recorrer, a preposição é para: O senador apelou para o presidente. O médico apelou para o bom senso do paciente. Para quem apelar nessas condições? Superdica: não use apelou que, construção inexistente em português.
Oba! No calor, nada mais bem-vindo. Mas, para sentir o bem-estar que todos merecem, guarde isto: com hífen, é o aparelho. Sem hífen, o ar fresquinho.
Um ezinho faz a diferença. E quanta! É o caso de apreender e aprender. Quer ver? Apreender é fazer apreensão: A polícia apreendeu a mercadoria. Não consegui apreender o sentido da manobra. Menores de idade não são presos. São apreendidos. Aprender é adquirir conhecimento, aptidão ou experiência: Paulo aprendeu as manhas da política com rapidez. Treinou, mas não aprendeu as regras do jogo. Passou a […]
“Seja natural”, aconselham os manuais de estilo. Escreva do jeito que você fala. Frases curtas, perguntas diretas, palavras simples conquistam o leitor. Dão a impressão de um bate-papo entre amigos que se encontram para tomar um cafezinho ou comer um sanduíche. Mas nem todos estão atentos às manhas da língua. Um dos tropeços é o uso do após e depois. Por alguma razão que até […]