Há verbos fáceis, que todos conjugam a torto e a direito sem dificuldade. É o caso de cantar, vender e partir. Há outros complicados. Convir é um deles. Embora seja pra lá de usado, muitos estremecem na hora de empregá-lo. Que tal desvendar-lhe os mistérios? Convir é transitivo indireto: A emenda convém aos partidos pequenos. Os senadores convieram na reforma do regimento. Conviemos com nossos […]
Setecentas pessoas esperam a chegada de Jair Bolsonaro. Vão assistir à diplomação do presidente eleito e do vice. Vale acertar a regência do verbo. Convidar rege a preposição para: O presidente do TSE convidou autoridades para a cerimônia de diplomação. Atenção Antes de infinitivo, convidar exige a preposição a: Convidei-os a entrar.
O governo federal decretou intervenção em Roraima. O assunto, claro, mereceu destaque no noticiário. Aí, não deu outra. Gregos, romanos, baianos e sergipanos tropeçaram no verbo intervir. Muitos anunciaram que o Planalto “Interviu” no estado. Valha-nos, Deus. É a receita do cruz-credo. Intervir é filhote de vir. Ambos se conjugam do mesmo jeitinho: venho (intervenho), vem (intervém), vimos (intervimos), vêm (intervêm); vim (intervim), veio (interveio), viemos […]
Olho vivo! Muita gente escreve “possue”. Bobeia. Melhor abrir os olhos: eu possuo, ele possui, nós possuímos, eles possuem. (A regra vale para a turma uir. Entre eles, contribuir e retribuir: contribui, retribui).
Faça a sua aposta. Escolheu a vigendo? Nota 1000. “Vigir” não existe. A forma é viger. Intolerante, o verbinho da segunda conjugação odeia o a e o o. Por isso só se conjuga nas formas em que essas vogais não aparecem depois do g. A 1ª pessoa do presente do indicativo (eu vigo) não tem vez. Nem o presente do subjuntivo. Que eu viga? Uhhhhhhhh! Nas demais, é regular. […]
Os olhos funcionam como câmeras. Fotografam tudo que veem. Nada escapa. Nem as palavras. Os ouvidos têm outros interesses. Não estão nem aí pras imagens. Só querem saber de sons. Como esponjas, absorvem o que ouvem. Resultado: a gente vê ou ouve mensagens de certas placas, certos avisos, certas propagandas pela primeira vez. Acha-as esquisitas. Mas depois, tantas vezes repetidas, parecem naturais. Mas não são. […]
“Conversando, a gente se entende.”
Eu medio ou eu medeio? Mediar se conjuga como odiar: odeio (medeio), odeia (medeia), odiamos (mediamos), odeiam (medeiam). E por aí vai.
Na formação de palavras compostas, usa-se sempre com hífen: meia-água, meia-entrada, meia-direita, meia-noite, meia-luz, meio-dia, meio-campo, meio-irmão, meio-tom.
Em época de excessos, um dissílabo pede passagem. Trata-se de mega-. É megaministério pra lá, megaoperação pra cá, mega-atividade pracolá. Viu? Ora o hífen pede passagem. Ora não tem vez. Por quê? Mega pede hífen quando seguido de h ou a. No mais, é tudo colado: mega-aglomeração, mega-hertz, megaoperação, megarregião, megassistema.