As aparências enganam. E como! Vale o exemplo de tal. As três letrinhas parecem inofensivas. Mas não são. Roubam pontos em concursos, adiam promoções, destroem amores. A razão: muitos ignoram que as danadinhas se flexionam. Concordam em número com o substantivo a que se referem: Que tal o filme? Que tais os filmes? Que tais as férias? Foi difícil escolher os novos óculos tais as […]
Au-au. É o cão que late. Miau-miau. É o gato que mia. Glu-glu. É o peru que gluglujeia. Có-có. É a galinha que cacareja. Chuá-chuá. É a água que cai. Tique-taque. É o relógio que marca as horas. As palavras que reproduzem o som de vozes ou ruídos recebem nome pra lá de pomposo. É onomatopeia. O adjetivo dela derivado tem duas formas – onomatopeico, […]
Surpreender o outro. O presidente de um banco comunicou ao colega que mudara a sede da agência do centro de São Paulo para Paraty. A resposta: “Que inveja! Quem me dera estar em seu lugar!”
A reforma ortográfica uniformizou o emprego do hífen com o adjetivo geral . Geral sempre pede o tracinho: secretário-geral, diretor-geral, coordenador-geral, orientador-geral, procurador-geral. Atenção Olho vivo! Se o cargo tiver certidão de nascimento escrito sem hífen, permanece sem tracinho. Como no jogo do bicho, vale o que está escrito.
Por que se diz “madre superiora”, mas “escola superior”? Madre e escola são nomes femininos. Mas o segundo adjetivo é masculino. A razão? O superiora joga claro. Refere-se a madre. O superior brinca de esconde-esconde. Oculta entre o nome e o adjetivo, está a locução “de nível”: escola (de nível) superior, instituição (de nível) superior, mercadoria (de nível) superior.
As aulas recomeçam. O Legislativo retoma as atividades. O Judiciário vai atrás. Todos se despedem da folga. É o fim das férias. Vale lembrar: férias joga no time de óculos. A dupla só existe no plural – meus óculos, os óculos, óculos escuros, óculos coloridos, as férias, férias natalinas, minhas férias, felizes férias. Nas férias, perdi os óculos. Alguém os achou? Não? Então preciso de […]
“Lula pede para sair da cadeia e ir à missa de sétimo dia do irmão.” Certo? Certo. O jeitinho de pedir merece nota 10. Pode-se pedir que e pedir para. As duas construções parecem irmãzinhas. Mas não são. Quilômetros de distância as separam. Pedir para esconde a palavra licença: O filho pediu ao pai (licença) para pegar o carro. O aluno pediu (licença) para sair […]
Por que água-de-colônia se chama água-de-colônia? Água-de-colônia se chama água-de-colônia porque nasceu em Colônia, na Alemanha. Giovanni Maria Farina vivia em Piemonte, na fronteira da Itália com a Suíça. Mudou-se para Colônia no início do século 18. Inventor de perfumes, criou uma fragrância desconhecida, bem diferente dos aromas fortes e açucarados que enchiam os salões da nobreza europeia. A fórmula: óleos essenciais de frutas cítricas, […]
“Agradeço, em nome do povo brasileiro, ao Estado de Israel pelos serviços prestados em Brumadinho-MG em parceria com nossos guerreiros das Forças Armadas e Bombeiros”, tuitou o presidente. Viva! Bolsonaro acertou a regência de agradecer. O verbo pede objeto indireto de pessoa: Agradeceu ao pai. Agradeceu ao embaixador. Agradeço à direção da escola. Na substituição do alguém pelo pronome, é a vez do lhe: Agradeceu […]
O presidente Bolsonaro deixou a unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein. Agora está no quarto em processo de recuperação. Tevês, rádios, sites, blogues e jornais noticiaram o fato. Nas matérias divulgadas, sobressaíram dois pontos comuns: 1. o uso indevido das maiúsculas em unidade de terapia intensiva. Unidade de terapia intensiva é substantivo comum como ambulatório, sala de estar, consultório médico. Letras minúsculas, […]