É lugar-comum afirmar que a língua muda. Organismo vivo, está a serviço dos falantes. Eles, como a água que passa sob a ponte, nunca são os mesmos. Movimentam-se, misturam-se, transformam-se. Viva! Mas, por motivo que até Deus ignora, algumas deixam de circular. Ficam estagnadas. Resultado: viram moda. Depois, praga. O uso se intensifica por influência do rádio, da tevê, da internet. São os modismos, que […]
Na língua nossa de todos os dias — a falada ou escrita na escola, no trabalho, em jornais e revistas — ele diz obrigado. Ela, obrigada. Ambos respondem por nada.
Oba! O Banco Central passou a tesoura na Selic. A taxa encolheu para 6%. Foi aplauso geral. Dinheiro mais barato é pra lá de bem-vindo. Esperamos que caia mais, muito mais. Quando? Enquanto se discutem datas, vale a questão. Juro ou juros? Tanto faz. No singular ou plural, o significado não muda. A concordância acompanha o número: O juro caiu. Os juros caíram.
“Correios lança peça para comemorar os 50 anos da conquista da Lua”, escreveu o Correio Braziliense. Ops! Leitores espernearam. Repórteres também. O pomo da discórdia: a concordância. Correios leva o verbo para o singular ou o plural? Formaram-se dois grupos. Cada um justificava a opção por este ou aquele número. Diante do impasse, o jeito foi dar uma espiadinha na gramática. Correios é substantivo próprio […]
Crase é como aliança no anular esquerdo. Avisa que estamos diante de ilustre senhora casada. A preposição a se encontra com outro a. Pode ser artigo ou pronome demonstrativo. Os dois trocam olhares. Sorriem. O coração estremece. Não dá outra. Juntam os trapinhos e viram um único ser — à. Clube da Luluzinha O pequenino a só tem vez antes de nome feminino. O machinho […]
Manuela D´Ávila na boca de hackers, polícia e tuiteiros: fui comunicada
A história parece obra de mágico. Ele exibe a cartola vazia. Puxa um lenço, outro, outro, outros. Forma um varal. Mas o estoque não acaba. Vêm pombos. Depois, coelhos. “Há mais?”, pergunta o público atônito. O mesmo ocorre com os hackers de Araraquara. Eles invadiram o celular de figurões da Lava-Jato. Conversas de Sérgio Moro & cia. viraram notícia. Serão verdadeiras? Não serão? Enquanto se […]
Na leitura rápida, a memória funciona a curto prazo. É como quando alguém diz a placa do carro ou o número do telefone. Para não esquecê-los, temos duas saídas — repeti-los muitas vezes, ou anotá-los. Mais: a cabeça retém melhor o que vem primeiro. Daí a importância da ordem direta. Na frente, o mais significativo. Atrás, o secundário. Sujeito + verbo + complemento é a […]
Chamar é verbo pra lá de abrangente. Como coração de mãe, comporta muitos empregos. O Dicionário de verbos e regimes, de Francisco Fernandes, lhe dedica uma coluna. Entre tantas regências, uma responde à dúvida de João José Forni. Ele escreve: “Precisamos que você esclareça o certo quando jornalistas e outros se referem a algo ou a alguém assim: O livro chama Brás Cubas. O leitor […]
Jean Willys é condenado a pagar indenização a procuradora do DF por ofensa em rede social”, escreveu o Correio Braziliense. Leitores indagaram: “Cadê a crase?” No caso, não ocorre crase. Trata-se de uma procuradora entre tantas. Na dúvida, basta apelar para o tira-teima: substituir a palavra feminina por uma masculina. Se no troca-troca der ao, sinal de crase. Caso contrário, o grampinho não tem vez: […]
Todo, no caso, equivale a totalmente. É advérbio e, como tal, não varia: Ele é todo-poderoso. Eles são todo-poderosos. Ela é todo-poderosa. Elas são todo-poderosas.