“O servidor é quem deve decidir como e quando irá pagar”, escrevemos na pág. 21. Que coisa! Bobeamos na indicação de futuro. No português nosso de todos os dias, há duas formas de anunciar o porvir. Uma é o futuro simples (pagarei, pagarás, pagará). A outra, o composto, formado pelo presente do verbo ir + o infinitivo do verbo principal (vou pagar, vai […]
A crise trouxe os economistas ao cartaz. Com eles, a tal história da “fuga massiva de capitais”. Massiva? Cruz-credo! A trissílaba não existe. A palavra que figura no dicionário é maciça — fuga maciça de capitais.
O segundo turno está no ar. Os candidatos querem fazer bonito. Contratam marqueteiros. Fantasiam-se de bonzinhos, trabalhadores e competentes. Ensaiam o discurso. Esbanjam próclises e mesóclises. Acertam formas rizotônicas e arrizotônicas. Sobretudo evitam o eu. O pronomezinho dá a impressão de arrogância. Saída? Os sabidos recorrem a truques. A maioria parte para o plural de modéstia. Em vez do eu, usa nós. É […]
Sabia? Na origem, medíocre quer dizer mediano. Nem bom, nem mau. Médio. Com o tempo, virou palavrão.
“Li ,no jornal de domingo, uma frase de cheiro desagradável cujo som feriu a sensibilidade dos meus ouvidos: “Nunca gaste mais do que ganha “. A cacofonia está sendo aposentada como os acentos?” Claro que não. Foi um baita descuido do repórter. A última sílaba de “nunca” se encontrou com a primeira de “gaste”. O resultado foi o indesejado “cagaste”. O penetra tem […]
Esta semana é a semana. Serão anunciados os ganhadores do Prêmio Nobel. Muitos concorrem à glória. Mas poucos chegam lá. Na segunda, a academia sueca anunciou os laureados da medicina. Ontem, os da física. Hoje virão outros. Amanhã também. Pra honrar gente tão especial, uma condição se impõe — pronunciar Nobel como manda o figurino. Nobel rima com papel, Mabel, pastel e coronel. […]
A frase sem eco Quando o mundo nasceu, as palavras eram delicadas. Uma não trombava na outra. Por isso, reinava a harmonia. Não havia eco. Um dia, aconteceu. Eco apareceu na Terra. A bela moça falava sem parar. A voz dela encantava os homens, que ficavam caidinhos de amor. Mas a moça não estava nem aí. Esnobava a todos. Numa voltinha […]
“É preciso arejar as palavras para que não morram de clichê.”
No post “Redação 18”, você identificou a frase harmoniosa. Qual das duas mereceu seu voto? a. O Congresso Nacional votará o projeto de lei na próxima semana em regime de urgência urgentíssima. b. O Congresso Nacional votará, na próxima semana em regime de urgência urgentíssima, o projeto de lei. Escolheu a letra a? Pra lá de certo. O termo mais curto […]
“Lula se diz confiante com o PT”, escrevemos na pág. 3. Viu? Tropeçamos na regência, um dos mais dolorosos calos da língua. O adjetivo confiante exige a preposição em: Lula se diz confiante no P T.