O quem é um pronome muito elitista. Adora gente. E só gente. Sempre que aparece, fala de pessoas. Quer exemplos? Veja:
Quem chegou?
Não sei quem chegou.
Foi Maria quem chegou?
Simples, não? Mas o mundo é cheio de maldade. Ou de descuidados. Com muita frequência as pessoas sem coração agridem o quem.Uma das violências contra o pobrezinho é empregá-lo em frases como estas:
Foi o Ministério da Fazenda quem recebeu a atribuição.
É a UnB quem divulga o número de vagas do semestre.
Observou o tropeço? Entidades não são pessoas. Por isso construções como essas pegam muito mal. Comprometem a reputação até de Deus. A boa forma recorre ao pronome que:
Foi o Ministério da Fazenda que recebeu a atribuição.
É a UnB que divulga o número de vagas do semestre.
Há outra violência muito comum contra o quem. Volta e meia ele aparece em textos acompanhado da preposição a. Disfarçado. Como quem não quer nada:
O Senado Federal, a quem compete autorizar empréstimos externos, é composto de 81 membros.
Cruz credo! Benza-nos Deus. O Senado Federal não é pessoa. O quem fica longe dele. Xô! O que fazer? É vez do pronome o qual:
O Senado Federal, ao qual compete autorizar empréstimos externos, é composto de 81 membros.
Guarde isto: o pronome quem só gosta de gente.