O porquê ora aparece junto. Ora separado. Ora com acento. Ora sem o chapeuzinho. Não há quem não hesite na hora de escrever uma forma ou outra. Muitos chutam. Mas, como a língua não é loteria, o que pode dar errado dá. Melhor aprender as manhas da caprichosa criatura. Use:
Por que
- nas perguntas diretas: Por que os trumpismos são fortes?
- nos enunciados em que é substituível por “a razão pela qual”: Uma tarefa urgente: entender por que (a razão pela qual) os trumpismos são fortes.
Por quê
A dupla com chapéu só tem vez quando o quezinho for a última — a última mesmo — palavra da frase. Por quê? Ele é átono. No fim do enunciado, torna-se tônico. O acento lhe dá a força: Os trumpismos são fortes por quê? Os trumpismos são fortes, mas poucos sabem por quê.
Porque
Com essa cara, juntinho, sem lenço nem documento, porque é conjunção causal ou explicativa: Os trumpismos são fortes porque têm apoio de poderosos.
Porquê
Assim, coladinho e com chapéu, o porquê se torna substantivo. E, como substantivo, tem plural. Para mudar de classe, precisa da companhia do artigo ou de pronome: Explicou o porquê da força dos trumpismos. Certos porquês quebram a cabeça da gente. Esse porquê se inspira em outro porquê.
Resumo da ópera
Não há por que temer os porquês. Quem entendeu a lição sabe por quê.