O verbo haver joga em dois times. Pessoal = conjuga-se em todas as pessoas (hei de estudar, hás de estudar, há de estudar, havemos de estudar, haveis de estudar, hão de estudar). Impessoal = na acepção de existir e ocorrer, só se flexiona na 3ª pessoa do singular: Há cinco alunos na sala. Houve distúrbios durante as manifestações. Houve tempos de paz no Oriente Médio? No caso, alunos, distúrbios e tempos funcionam como objeto direto. Muitos pensam que são sujeito. E lá vem o houveram. Valha-nos, Deus! Vamos combinar? Corte o houveram do seu vocabulário. Ele não faz falta.
Há mais
No sentido de existir e ocorrer, haver é impessoal. Só se conjuga na 3ª pessoa do singular. OK. Quando o verbinho deixa a preguiça pra lá e se torna pessoal? Em quatro empregos:
- Quando é auxiliar de verbo pessoal: eu havia lido, tu havias lido, ele havia lido, nós havíamos lido, vós havíeis lido, eles haviam lido; hei de ver, hás de ver, há de ver, havemos de ver, haveis de ver, hão de ver.
- No sentido de julgar, considerar: Nós o havíamos por milionário.
- Na acepção de portar-se, proceder. Aí, vira pronominal: Os repórteres houveram-se com competência na entrevista coletiva. O soldado houve-se como vítima. Tímidos, eles não conseguiam haver-se bem em público.
- Na expressão haver por bem (dignar-se, resolver): Os caminhoneiros houveram por bem interromper a greve. O professor houve por bem atender as reivindicações dos alunos.