O governo interviu ou interveio na Segurança do Rio? A resposta está na cara. Mas muitos duvidam da paternidade do verbo. Pensam que ele é derivado de ver. Não é. Intervir conjuga-se como o verbo vir, de quem é filho obediente.
O presente é moleza. Eu venho (intervenho), ele vem (intervém), nós vimos (intervimos), eles vêm (intervêm).
A única diferença é o acento. Vem termina em em. Mas só tem uma sílaba. Por isso não recebe acento. É o caso de bem, cem, tem. Mas intervém tem mais de uma sílaba. É oxítona (a sílaba tônica é a última). Encaixa-se na regra do também, ninguém, porém, armazém.
E o passado? O pretérito perfeito é uma verdadeira armadilha. Na hora dos discursos, deputados, repórteres e gente como a gente caem como patos. Um vexame atrás do outro.
Esquecem-se de que intervir é da família de vir. Ambos se conjugam do mesmo jeitinho, sem tirar nem pôr: eu vim (intervim), ele veio (interveio), nós viemos (interviemos), eles vieram (intervieram).
O futuro do subjuntivo se forma da 3a pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo menos o -am final: eles vier(am). Logo: se eu intervier, se ele intervier, se nós interviermos, se eles intervierem.