O imperativo afirmativo dá nó nos miolos da moçada desde que nasceu. Sabe por quê? Ele joga em dois times. O tu e o vós se formam do presente do indicativo. Mas se livram do s final. As demais pessoas saem do presente do subjuntivo — sem tirar nem pôr. Assim:
Presente do indicativo: eu acordo, tu acordas, ele acorda, nós acordamos, vós acordais, eles acordam
Presente do subjuntivo: que eu acorde, tu acordes, ele acorde, nós acordemos, vós acordeis, eles acordem
Imperativo afirmativo: acorda tu, acorde você, acordemos nós, acordai vós, acordem eles
Por falar em imperativo…
O imperativo às vezes manda fazer. É o afirmativo. Às vezes manda não fazer. É o negativo. Formá-lo é fácil como andar pra frente. Ele sai inteirinho do presente do subjuntivo. Basta antecedê-lo de não. Quer ver?
Presente do subjuntivo: que eu acorde, tu acordes, ele acorde, nós acordemos, vós acordeis, eles acordem
Imperativo negativo: não acordes tu, não acorde você, não acordemos nós, não acordeis vós, não acordem vocês
Cadê?
Cadê o eu? Ele fica de fora? Fica. Quando damos ordem a nós mesmos, ocorre uma mágica. O eu vira você. Banque o São Tomé. Digamos que você se chame Maria. Mande você deixar a preguiça pra lá, tomar banho e escovar os dentes: Maria, deixe a preguiça pra lá. Tome banho e escove os dentes.