São tempos de guerra. O coronavírus ataca com a rapidez do raio. Recolhimento é a ordem. Netos ficam longe dos avós. Escolas, cinemas, teatros mantêm as portas fechadas. A praia tem de ser esquecida. O trabalho é feito a distância. Ufa! Desesperar-se? Nem pensar. Vale a historinha que vem da China.
Um monge educou muitos jovens. Velhinho, despedia-se do derradeiro discípulo que lhe pediu:
— Mestre, me dê um último conselho.
Sem pressa, o mestre pegou um pedaço de papel, escreveu uma frase e o entregou ao rapaz:
— Só a leia quando estiver num momento extremo, sem saída.
Passaram-se anos. O homem, já maduro, se perdeu num safári. No meio do descampado, tinha à frente um abismo. Dos demais lados, feras o perseguiam. Lembrou-se então da mensagem do mestre. Abriu-a. Lá estava escrito com letra cuidadosa: “Isto também passa”.