Explosão arrasa o porto de Beirute. A imagem parece cena de guerra. Fumaça, ruínas, sirenes, correria formam o cenário. No meio do tumulto, cristãos e muçulmanos rezam. Uns recorrem ao Corão; outros, à Bíblia.
História
A palavra Bíblia tem uma história pra lá de curiosa. Às margens do Nilo, no Egito, havia papiro pra dar, vender, emprestar e alugar. Egípcios, gregos e romanos usavam as folhas da planta pra escrever. Terminada a tarefa, faziam um rolo — primeira forma do livro. (A Biblioteca de Alexandria conserva muiiiiiiiiiiiiiiiitos deles.) É aí que a aventura começa.
A palavra livro vem do grego biblíon. E biblíon vem de onde? Vem de Byblos, na Fenícia (atual Líbano). No porto da cidade, embarcavam-se montanhas de papiros para exportação. O plural de biblíon é biblía. O latim eclesiástico se apoderou do vocábulo. Com ele, designou o conjunto de livros sagrados que compõem a Bíblia. Em bom português: Bíblia quer dizer livros. Nem mais, nem menos.
O Corão, livro sagrado dos muçulmanos, também significa livro. A forma paralela Alcorão corre solta por aí. Por que a diferença? Alcorão incorpora o artigo árabe al, que aparece em montões de derivados da língua de Maomé. Entre eles, algodão, alfafa, alface, alfaiate, álcool, alcova, alcunha, álgebra. Etc. Etc. Etc.