Desvendado o mistério. Agora sabemos por que a comitiva de Dilma mudou a rota. O plano era abastecer o avião nos States. Depois, seguir pra Cuba. Sem mais nem menos, o aerodilma pousou em Lisboa. A turma desembarcou na capital portuguesa e sonhou sonhos camonianos. O que aconteceu?
O Planalto tentou desconversar. Disse que a decisão fora de última hora. Não foi. Reservas haviam sido feitas bem antes. E daí? Pergunta daqui, investiga dali, eureca! O problema foi linguístico. A moçada tropeçou na concordância. Dizia “o Estados Unidos”, “no Estados Unidos”, “do Estados Unidos”. As autoridades americanas não gostaram. Exigiram correção. Orgulhosa, Dilma disse não. Bateu asas e voou.
Como é?
Estados Unidos joga no time dos nomes próprios plurais. Com eles, a concordância fica de olho no artigo. Se o pequenino está no singular, o verbo vai para o singular. Se no plural, o verbo vai atrás. Sem artigo, é singular: Os Estados Unidos deram informações sobra o pouso. Os Andes encantam os olhos. O Plameiras joga em São Paulo. Minas Gerais tem o maior número de municípios do Brasil.
Os Lusíadas
A obra-prima de Camões pertence ao time de Estados Unidos e Andes. O artigo dita a concordância. Eis o que escreveu Guilherme Figueiredo: “Tio Bento me ensinou que os Lusíadas não são uma chatice onde se procura o sujeito e o predicado. São uma história de aventuras em verso, uma história em quadrinhos de palavras e bravura”.