Estudantes perguntam 9

Publicado em Geral

Em um texto com diálogo, devo usar aspas ou travessão? (Pedro Henrique Barbosa)     O travessão (–), Pedro, como Bom Bril, tem mil e uma utilidades. Uma delas responde à sua pergunta: Introduz diálogos. Veja no exemplo de Manuel Bandeira:     Imagino Irene entrando no céu — Licença, meu Branco?

         E São Pedro, bonachão:

— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.     Que tal rever os outros empregos? Ei-los. O travessão:     Separa as datas de nascimento e morte de uma pessoa: Recife, 1908 — Brasília, 1962.

 
   
   2. Destaca um termo opaco, escondido. Dá realce ao sem-graça: O presidente conseguiu — até — a adesão dos adversários.
 
 
 
 
   3. Substitui os dois pontos (ao introduzir uma explicação) ou a vírgula: Eis o grande vencedor — o filme que faturou 300 milhões de dólares. (Eis o grande vencedor: o filme que faturou 300 milhões de dólares.)

  O estado do Rio — o mais afetado pelas chuvas — precisa de ajuda. (O Estado do Rio, o mais afetado pelas chuvas, precisa de ajuda.)     Usa-se travessão com vírgula? Só num caso. Se o segundo travessão coincidir com a vírgula: Depois da vitória de Dilma — com mais de 50% dos votos –, o padrinho Lula sentiu-se forte como Tarzã.     Viu? Sem o travessão, só haveria a vírgula final: Depois da vitória de Dilma com mais de 50% dos votos, o padrinho Lula sentiu-se forte como Tarzã.     Deu para entender? O casamento da vírgula com o travessão é raro como viúvo na praça. Não confunda. No caso em que podem aparecer duas vírgulas em vez dos dois travessões, a vírgula não tem vez:     Redigir — na definição do Aurélio — é escrever com ordem e método. (Redigir, na definição do Aurélio, é escrever com ordem e método.)