Esporte, sexo e crime

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    Ágil como um felino, Bruno se antecipa à bola. Parece maior que o retângulo guarnecido pela rede. As defesas arrojadas o levaram ao time com a maior torcida do Brasil. Muitos apostavam nele como trunfo da Seleção brasileira de 2014.   À medida que a fama crescia, o goleiro mudava de noticiário. Passou das páginas esportivas para as policiais. Meteu-se em confusões com garotas de programa, deu entrevistas infelizes, disse que bater em mulher era normal. Agora, o pior: acusação de homicídio.   O caso mobilizou a imprensa nacional e estrangeira. Esporte, sexo e crime constituem mistura irresistível. Não há quem não se interesse pelo assunto. O blog não foge à regra. Atento ao vaivém das investigações, coletou diquinhas úteis para o dia a dia dos que nada têm a ver com sequestros, drogas e assassinatos.     Uma letra   Diante dos indícios, a polícia expediu mandado de prisão provisória contra o goleiro. Jornais escreveram mandato. Bobearam. Mandato é representação. Senador, deputado, presidente & cia. têm mandato. Mandado é ordem. Juízes aprovam mandados — mandado de segurança, mandado de prisão, mandado de busca e apreensão.     Na cadeia   Bruno e o amigo Macarrão dormiram no xilindró em celas separadas. Repórteres de tevê não tiveram problemas com o quartinho da dupla. Mas os de jornais tropeçaram aqui e ali. Alguns grafaram sela. Esqueceram o sábio conselho do Evangelho. “Orai e vigiai”, manda ele. A vigilância leva à dúvida. A dúvida, ao dicionário. Lá está: sela é um dos arreios do cavalo. O cavaleiro senta-se na sela para cavalgar. A amazona também.     Menor   “O primo de Bruno, menor de 17 anos, afirmou à polícia que Eliza foi morta e, posteriormente, o corpo foi jogado aos cães.” É isso. O rapaz é menor de idade. Ou simplesmente menor. Muitos dizem “de menor”. Misturam alhos com bugalhos. O “de” antecede idade. Não pode mudar de lugar.