Duas manchetes escandalizaram os leitores. Uma: “Catarata — mau facilmente tratável”. A outra: “Previna-se do mau de Parkinson”. Cruz-credo! Trata-se da velha confusão entre mau e mal. Concurseiros, vestibulandos, jornalistas e gente boa como nós caem na cilada. Ao menor descuido, embarcam na canoa furada. O jeito é prevenir. Eis uma dica:
Mal se opõe a bem: Os depoentes ficaram mal (bem) na fita. Poetas românticos morriam de tuberculose, o mal (bem) do século 19. No calor, todos comem mal (bem). Catarata — mal (bem) facilmente tratável. Previna-se do mal (bem) de Parkinson.
Mau se opõe a bom: Ele é mau (bom) digitador. O mau (bom) funcionário trabalha mal (bem). Apesar de ser rica, prima pelo mau (bom) gosto e, de quebra, pelo mau (bom) humor.
É isso. Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe.