Mensagem
Zilda Arns chegou ao céu. Não precisou bater à porta. À entrada, Deus a esperava. Para receber moradora tão especial, o Senhor dispensou intermediários. São Pedro entendeu. Não era a primeira vez que o Pai dava boas-vindas a recém-chegados. Gandhi, João Paulo II, Irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá, Dom Hélder Câmara mereceram o privilégio. Todos estavam lá. Ali estava a mulher que amara o próximo como amou os filhos e netos.
Ao vê-la, Deus lembrou-se da Irene, de Manuel Bandeira. Disse de braços abertos:
— Entra, Zilda. Você não precisa pedir licença.
Sorridente, a senhora entrou. Aplausos ecoaram no recinto. Pais, mães e avós queriam ver a criatura que fizera as vezes de Cristo. Multiplicou pão, remédio, educação, saúde, solidariedade. Dinheiro nas mãos dela rendia. É que R$ 10, R$ 100 ou R$ 1.000 valiam R$ 10, R$ 100 ou R$ 1.000. Os abutres que roubam verba da merenda escolar, do leito de hospitais, do cobertor noturno ou do assento em creches ou colégios não tinham lugar ali. Pagavam a conta em outro lugar.