Os diminutivos são cheios de emoção. Falam de carinho, amor, ódio, ironia. Exprimem a linguagem do coração. Deixam pra lá a fala racional. Chamar de livrinho um livro pequeno indica tamanho pequeno. Mas de amorzinho o gatão de 1,90m e 150kg exprime afeto. Dizer que a garota é bonitinha não deve alegrá-la. Deu-se um jeitinho de afirmar que a coitada não é bonita. Classificar alguém de professorzinho, doutorzinho ou empregadinho desqualifica a criatura. Se a gente adjetivar o substantivo, então, aumenta o poder da agressão. Quer algo mais pejorativo que advogadinho de porta de cadeia? Ou professorzinho do interior? Ou empregadinho de boteco? Mata sem pena.
A manha do diminutivo não fica aí. Estende-se ao número. O plural das palavras que fazem o diminutivo com o acréscimo do sufixo -zinho tem exigências. Para chegar a ele, há que percorrer três etapas. A primeira: pôr a palavra primitiva no plural. A segunda: retirar o s. A última: acrescentar o sufixo -zinhos. Quer ver?
mulher – mulheres – mulherezinhas
botão – botões – botõezinhos
pão – pães – pãezinhos
animal – animais – animaizinhos
lençol – lençóis – lençoizinhos
papel – papéis – papeizinhos
pão – pães – pãezinhos