Há secretárias e secretárias. Mas todas têm uma marca. São um baita quebra-galho. No aperto, sempre dão um jeito. Há o caso da auxiliar que não sabia se sexta-feira se escrevia com x ou com s. Sem dicionário por perto, transferiu a reunião para a quinta.
Outro dia, pintou uma dúvida no escritório. O diretor ditava um texto. A secretária anotava. Num dado momento, ele a mandou escrever:
— Queremos estar de bem conosco mesmos.
Ela estranhou. A construção não lhe soava bem. Não seria com nós mesmos? Ou o pronome nós, casadinho, vira sempre conosco? Pergunta daqui, pesquisa dali, encontrou a resposta.
O com nós só se emprega quando acompanhado de palavras reforçadoras como próprio, mesmo, todo: As cartas ficarão com nós todos. Paulo jantou com nós dois ontem à noite. Queremos estar de bem com nós mesmos.
Sem a palavra de reforço, o conosco pede passagem. Abra-lhe alas que ele quer passar: As cartas ficaram conosco. Paulo jantou conosco ontem à noite. Querem estar de bem conosco.
Teste
A frase certinha da silva é:
a. Não é engano. O presidente quer falar com nós mesmas.
b. Não é engano. O presidente quer falar conosco mesmas.
Resposta
Marcou a letra a? Pra lá de certo. O com nós só tem vez quando seguido de palavra que o reforça. Torna-o fortão. No caso é mesmas.
Preferiu a b? Deu bobeira. Conosco não aceita reforço. É o bloco do eu-sozinho: Não é engano. O presidente quer falar conosco.