Categoria: português
Aqui são balas perdidas. Na Finlândia, facadas. Na Espanha, quatro rodas. No Iraque, homens-bomba. O terror à solta virou notícia nos jornais, no rádio, na tevê, na internet. Ao contar as histórias, dois fatos sobressaem. Um: a certeza da insegurança geral. Nem bebê na barriga da mãe está protegido. O outro: a dúvida sobre o emprego da crase. Morto à bala? Morto a bala? Com […]
“Uma mentira piedosa às vezes pode ser meritória.”
Totalmente lotado? Como é que pode? O recinto não tem jeito de estar muito lotado nem pouco lotado. Está lotado. E pronto. A língua tem cada armadilha! Valha-nos, Deus!
Piso salarial? É o mínino que os profissionais da área podem receber no fim do mês. Por ouvirem o canto do galo sem localizar o galinheiro, alguns falam em piso mínimo. Cometem baita redundância. É como dizer elo de ligação ou países do mundo. Todo elo é de ligação e todos os países são do mundo. Não lhes siga o exemplo. Quando sentir vontade de […]
Ela está na boca de todos. Homens e mulheres a adoram. Acham-na chique. E, por isso, pronunciam-na a torto e a direito. Aí é que mora o perigo. Impiedosos, falam em cidadões. O ouvido geeeeeeeeeeeeeeme. Que tal pedir socorro ao dicionário? Oba! Lá está. O plural de cidadão é igualzinho ao de mão: mão, mãos; cidadão, cidadãos.
Demagogo é composto de duas palavras. Uma: demos. Quer dizer povo. A outra: agogós. Significa conduzir. Na terra do Olimpo, a criatura era o chefe de facções populares. Em outras palavras: o líder político. Na origem, o termo gozava de excelente reputação. Não ofendia ninguém. Dizia-se demagogo como hoje se diz prefeito, governador ou presidente. O polissílabo não tinha conotação depreciativa. Hoje, a coisa mudou […]
“Em setembro, divulgaremos um balanço consolidado mostrando que todas estatais juntas conseguiram reverter o prejuízo”, escrevemos na pág. 6. Viu? Faltou o artigo do substantivo estatais. Melhor dar passagem ao pequenino: Em setembro, divulgaremos um balanço consolidado mostrando que todas as estatais juntas conseguiram reverter o prejuízo.
“Gosto que me leiam e saibam o que acho das coisas. É uma forma de existir.”
É ou são? Cuidado. Trata-se do verbo ser. Com ele, ligue as antenas. O verbinho é complacente. Ora aceita uma forma, ora outra. Ora as duas. Especial, recebe tratamento diferenciado. Na concordância, a gramática reserva-lhe capítulo à parte. Hoje é 20 de agosto? Ou são 20 de agosto? Cem reais é muito? Ou são muito? É quase duas horas? Ou são quase duas horas? Dúvidas. […]
“… mandou ofício ao ministro Luís Roberto Barroso para comunicá-lo de detalhes”, escrevemos na pág. 18. “Comunicá-lo”?, pergunta o leitor João Maria Basto. Ele tem razão. A gente comunica alguma coisa a alguém. Melhor: … mandou ofício ao ministro Luís Roberto Barroso para comunicar-lhe os detalhes.