Categoria: português
Que turma, hein? As 26 letras do abecedário são pra lá de solidárias. Elas se combinam e formam nossas mensagens. Vale, pois, tratá-las com galhardia . O á é a primeirona. Escreve-se assim — com acento. O plural tem duas formas: ás e aa. As companheiras também usufruem da dose dupla: bês, bb; cê, cc; dês, dd; ês, ee; is, ii. E por aí vai. […]
Hora, minuto, segundo, metro, quilograma, litro e respectivos derivados (quilômetro, grama, decilitro) jogam no time do sem-sem-sem — sem ponto, sem espaço e sem plural: 11h, 11h30, 55km, 10dl. Na era da internet, imperam duas regras. Uma delas: menos é mais. A outra: menor é melhor. A abreviatura de horas se curva à modernidade. Só pede a indicação de minutos se forem especificadas as horas […]
A abreviatura pertence à família dos impacientes. É apressadinha. A língua colabora. Impõe regras para usá-las como manda o figurino. São três exigências. Uma: o ponto final. Outra: o s do plural. A última: o acento da grandona original: caps., cias., sécs., págs.
Que emoção! Os diminutivos deixam a razão pra lá e falam de carinho, amor, ódio, ironia. Por isso têm manhas na flexão do plural. Pra chegar lá, temos de vencer três etapas. Uma: pôr o nome no plural. A outra: apagar o s. A última: acrescentar o sufixo –zinhos ou -zinhas. Assim: botão — botõe(s) — botõezinhos animal — animai(s) — animaizinhos pão — pãe(s) […]
As crianças coçaram os narizes? Nossos corações vibravam de felicidade? A universidade divulgou os nomes dos aprovados? O mestre de cerimônia agradeceu as presenças de todos? Nãooooooooooo! Olho vivo! No caso, o singular é distributivo. Vale pra todos. Ninguém tem mais de um nariz, mais de um coração, mais de um nome, mais de uma presença: As crianças coçaram o nariz. Nosso coração vibrava de […]
As mulheres são o alvo da campanha? Ou são os alvos da campanha? Filmes nacionais tornaram-se o destaque do festival? Ou os destaques do festival? Atenção, muita atenção. Deixe no singular o substantivo abstrato que, depois do verbo de ligação (ser, estar, tornar-se, virar, constituir) caracterize genericamente o sujeito plural: As mulheres são o alvo da campanha. Filmes nacionais tornaram-se o destaque do festival. Os […]
Há plurais e plurais. Alguns são fáceis como andar pra frente. É o caso de casa (casas), caju (cajus), amor (amores). Outros impõem condições: conhecer as manhas e artimanhas de esses e não esses. É o caso dos estrangeirismos. As línguas adoram conversar.Nós tratamos as estrangeirinhas como gente de casa. Sem discriminação: shows, shoppings, gangues, garagens, abajures.
O haver odeia o atrás. Não os use na mesma frase. Dá briga. Há seis anos atrás? Nem pensar. É pleonasmo. Escolha um ou outro: Acabei o curso há seis anos. Seis anos atrás acabei o curso. E o tempo futuro? Esse é mais antigo que o rascunho da Bíblia. Só a preposição a tem vez: Daqui a dois anos acabo o curso. O […]
Com o infinitivo, o pronome se sobra. Xô! Assim: fácil de fazer, fácil de copiar, fácil de ligar, fácil de conquistar, fácil de dirigir, fácil de ler, fácil de memorizar. A rejeição ao monossílabo não constitui exclusividade do adjetivo fácil. Veja: difícil de escrever, bom de morar, chato de acompanhar, feio de doer.
Singular: o arco-íris, o bem-te-vi, o mapa-múndi. Plural: os arco-íris, os bem-te-vis, os mapas-múndi. Elitista, o trio não se enquadra em nenhuma regra.