Categoria: português
O plural de beija-mão? É beija-mãos sim, senhores.
Quando significa dar pancada em alguma coisa ou vencer alguém, é transitivo direto: Bateu os pregos quase sem fazer ruído. O Brasil bateu a Rússia em partida decisiva. Observe a diferença: Bateu à porta (para se anunciar). Bateu na porta (não para se anunciar, mas por outra razão, talvez raiva). 3. Na indicação de horas, concorda com o numeral: Bateram 10 horas.
Cuidado com a concordância quando o sujeito vem depois do verbo: Bastam algumas horas (algumas horas bastam), Bastam-me duas horas para concluir o trabalho (duas horas me bastam para concluir o trabalho). Olho vivo! Seguido da preposição de, é impessoal, mantém-se invariável: Basta de brigas. Basta de lamúrias. Basta de promessas.
Bastante pode ser adjetivo ou advérbio. Quando adjetivo, modifica o substantivo e se flexiona em número (motivos bastantes, bastantes vezes). O advérbio é invariável (comer bastante, bastante caros, bastante tarde). Na dúvida, substitua bastante por muito. Se for adjetivo, flexiona-se (motivos muitos, muitas vezes); se advérbio, mantém-se invariável (comer muito, muito caro, muito tarde).
Se for advérbio, barato se mantém inflexível. Na dúvida, há duas dicas. Uma: a oração se constrói com os verbos custar, pagar ou similares. A outra: o complemento do verbo pode ser substituído pelos advérbios pouco ou menos: Nos Estados Unidos, a gasolina custa barato (pouco). Paguei barato (pouco) pelo quadro no leilão. Em Natal, as lagostas custam mais barato (menos) que em Campina Grande. […]
Deixar o verbo manter pra lá. Em vez de manter conversação, converse. Em lugar de manter o encontro, encontre-se. Ou tenha encontro.
Fazer. Não tentar. Os psicólogos ensinam. Quem quer ser afirmativo, dispensa o verbo tentar. “Quem tenta”, dizem eles, não faz”. A pessoa não assume compromisso. Compare a diferença: Vou tentar chegar cedo. Vou chegar cedo.
Planejar o texto. Seguir o conselho do uruguaio Horacio Quiroga: “Não comece a escrever sem saber aonde ir. Em um bom texto, as três primeiras linhas têm a mesma importância que as três últimas”. Por quê? A introdução fisga o leitor. O fecho deixa a última impressão. É ela que fica.
Escrever todos os dias uma página. Pode ser sobre qualquer assunto — a receita de bolo, o comentário da novela, o sonho da noite, a conversa com o chefe, o artigo lido, o encontro inesperado, a rotina do dia a dia. Depois, jogar tudo no lixo. Em um mês, o temor da folha (ou da tela) em branco se vai. A cabeça e as mãos […]
Seguir a dica de George Simenon: “Corto adjetivos, advérbios e todo tipo de palavra que está lá só para fazer efeito”. Quer exemplo? (Geralmente) faço meu (importante e indispensável) trabalho com o auxílio de (dedicados e competentes) funcionários da repartição.