Categoria: português
“Ver Bolsonaro jogar carvão na churrasqueira foi uma surpresa inesperada”, disse o repórter excitado. Ops! Baita pleonasmo. Joga no time do subir pra cima, descer pra baixo, entrar pra dentro, sair pra fora, elo de ligação, países do mundo. Toda surpresa é inesperada. Se o fato é esperado, surpresa não é.
Não bobeie. Expressões construídas com pronome possessivo se usam sem artigo: a meu ver, a meu lado, a seu pedido, a nosso bel-prazer (não: ao meu ver, ao meu lado, ao meu pedido). Olho vivíssimo, moçada. A ponto de, no sentido de prestes a, segue o mesmo princípio: Esteve a ponto de disputar a eleição. Chegou a ponto de morrer. Mas escapou. Mas… Você quer […]
Você é aficionado por política, futebol ou viagens? Se a resposta for positiva ou negativa, guarde isto: aficionado tem só um c.
O país mais citado na imprensa mundial? É, sem dúvida, os Estados Unidos. Na semana passada, com as eleições legislativas, as referências se multiplicaram. Os falantes, porém, nem sempre respeitam a concordância da maior potência do planeta. Muitos põem o verbo no singular. Nada feito. A duplinha Estados Unidos joga no time dos nomes escritos no plural acompanhados de artigo. O verbo concorda com o […]
Acentua-se o quê em duas oportunidades: quando for substantivo. Aí será antecedido de pronome, artigo ou numeral. Tem plural: Trump tem um quê de desvairado. Qual o mistério dos quês? Hoje tratamos do quê com acento e sem acento. Este quê não me confunde mais. Belo quê você introduziu na redação. Quando for a última palavra da frase: Trabalhar pra quê? Pediu licença, mas não […]
Dar tem dois empregos: em locução (acompanhado de outro verbo): Maria parece dar atenção ao filho. A diretora pode dar o papel ao colega. A mãe vai dar um presente ao pequeno João. nas orações reduzidas de infinitivo. Aí, vem antecedido de preposição: Trabalha para dar conforto à família. Gosta de dar esmola aos pobres. Perdeu o emprego por não dar resposta aos pacientes. Dá […]
Ruço = pardacento ou complicado: A coisa está ruça. O conflito ficou ruço. A situação do morro de Niterói está ruça. Russo = natural ou originário da Rússia: Os russos adoram vodca. Putin, líder russo, está em Paris. Gosto muito de Moscou, a capital russa.
Quem está com dengue sofre demais. Certo? Certo. Mas vale pegar carona pra levantar uma questão e lembrar uma liçãozinha de português. Às vezes demais se escreve junto. Outra vezes, separado (de mais). Como acertar sempre? Demais se usa: a) no sentido de muito, excessivamente: Comeu demais. b) na acepção de ademais, além disso: Na viagem, esteve em museus, foi ao teatro, visitou amigos, fez […]
Aiiiiiiiiii! Que dor! A pessoa com dengue não consegue nem ficar de pé. Ou em pé? Tanto faz. Com uma ou outra preposição, o sentido se mantém: Come em pé. Come de pé. Viajei em pé. Viajei de pé. Esperamos em pé. Esperamos de pé. Trabalhava em pé. Trabalhava de pé.
Olho vivo, moçada. Nomes científicos têm duas manhas. Uma: escrevem-se em itálico (a letra deitadinha). A outra: o primeiro elemento tem inicial maiúscula; o segundo, minúscula: Aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue), Rhea americana (ema), Coffea arabica (café).