Categoria: português
O prefixo em cartaz? É super. Com a eleição de Bolsonaro, criaram-se dois superministérios. O da Economia ficou sob o comando de Paulo Guedes. O da Justiça, de Sérgio Moro. Com o redesenho da Esplanada, todos quiseram fazer bonito. Pintou, então, a pergunta: como grafar a dissílaba poderosa — com o tracinho ou sem o tracinho? Super– pede hífen quando seguido de h e r. […]
Dez estados vão bloquear celulares ilegais. São piratas. Como lidar com pirata na função de adjetivo? A palavra se flexiona? Pede hífen? Pirata escreve-se sem hífen. Flexiona-se no plural: celular pirata, celulares piratas, rádio pirata, rádios piratas, navio pirata, navios piratas.
Onyx Lorenzoni virou notícia. O deputado nunca sobressaiu. Pertencia ao baixo clero da Câmara até que… entrou no time de Jair Bolsonaro. Aí, virou notícia. A manchete foi a pronúncia do nome. Onyx é paroxítona ou oxítona? A língua responde. Em português, há um pacto entre as palavras. Todas as terminadas em x são oxítonas. (O acento tônico cai na última sílaba.) É o caso de […]
Qual é a principal diferença entre os homens e os demais animais que habitam o nosso planeta? Vantagens apregoadas durante muito tempo, como a capacidade de amar, a memória, a organização social, os laços familiares duradouros, não podem mais ser considerados. Vídeos mostrando cenas “humanas” entre elefantes, golfinhos, leões, para não falar de cães e gatos estão à disposição de todos e a distância entre […]
O detalhe faz a diferença. Um texto caprichoso não cai do céu nem salta do inferno. É fruto da atenção plena. Pormenores aparentemente sem importância ganham relevo. É o caso das aspas. Ora as danadas abrigam o ponto. Ora deixam-no de fora. Como saber? Se o período abre e fecha com aspas, o ponto vai dentro da duplinha: “Não existe crime organizado. Existe polícia desorganizada.” […]
As aspas, urubus do texto, devem ser usadas com parcimônia. Empregue-as obrigatoriamente em: 1. Citação: “A democracia seria o regime ideal se a liberdade solucionasse o problema econômico.” (Júlio Furtado) 2. Declaração literal: O presidente criticou, indignado, o que o deputado chamou de “oportunismo eleitoreiro”. 3. Palavras empregadas em sentido diferente do habitual (em geral com ironia): Os participantes dos arrastões querem “administrar” os bens […]
Raquel Dodge falou sobre a Operação Boca de Lobo. Em entrevista à imprensa, ela disse que “os infratores ainda continuam a praticar crimes”. Desperdiçou vocábulos. Sem pensar em economia, usou duas palavras em lugar de uma. Ainda indica continuidade. Continua transmite a mesma ideia. Xô, pleonasmo! Melhor ficar com uma ou outra: Os infratores continuam a praticar crimes. Os infratores ainda praticam crimes.
Às seis horas, a polícia chegou ao Palácio Laranjeiras. Exibiu o mandado de prisão. O governador não resistiu, mas fez um pedido. Queria tomar banho e fazer a barba. Conjugou, então, o verbo pedir. Com ele, uma questão de regência. Ele pediu para o deixarem tomar banho e fazer a barba? Ou pediu que o deixassem tomar banho e fazer a barba? Pedir para é […]
Ao ser levado para o xilindró, Pezão apelou para o latim. Baixinho, disse: “Dura lex, sed lex”. Tradução: a lei é dura, mas é lei.
As cadeias se agitaram. Mais inquilinos chegaram lá. Entre eles, um peixe grande. É Luiz Fernando Pezão, governador do Rio. Repórteres foram apanhados de surpresa. Não deu outra. Trocaram as bolas. Em vez de mandado de prisão, diziam mandato de prisão. Esqueceram-se de pormenor pra lá de importante — uma letra faz a diferença. Mandato é o poder de representação. Presidente, senadores, deputados, governadores, prefeitos, […]